Uma das facções alvo da Operação Bunker, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (17), em Canoas, criou empresas para administrar e dominar um condomínio no bairro Guajuviras.
A investigação conduzida pela delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª Delegacia de Polícia, tem como alvo a facção criminosa que dominou um condomínio popular no bairro Guajuviras. O grupo, conforme a investigação, não dominou apenas o tráfico de drogas dentro e no entorno do empreendimento. Eles também controlam a administração do empreendimento, incluindo empresas de manutenção, limpeza, vigilância até mesmo uma imobiliária.
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Além disso, a investigação comprovou um vasto esquema de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Os criminosos usavam, segundo a polícia, artifícios para encobrir a origem ilícita de seus recursos financeiros, incluindo transações financeiras e complexas. O objetivo era mascarar a origem do dinheiro.
Os líderes do grupo, segundo a polícia, já estão presos. Porém, de dentro da cadeia, eles coordenavam as operações.
“Esta foi uma investigação extremamente complexa. O condomínio está sob o controle desses criminosos, que garantem silêncio dos moradores, seja por medo ou por benefícios. Nosso objetivo foi desmascarar esse esquema e tirar esses criminosos de circulação”, pontua Bertoletti.
Sete integrantes de facções que atuam em Canoas presos durante operação
A ofensiva é resultado de uma investigação da 1ª e 3ª delegacias de Polícia sobre facções que dominaram condomínios em Canoas. Sete criminosos foram presos durante a ação.
Conforme a Polícia Civil, a investigação da 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, tem como alvo o grupo criminoso que comanda um condomínio habitacional no bairro Mathias Velho. Criminosos teriam mantido a esposa e os dois filhos de do ex-líder da facção em cárcere privado. O bandido, que cumpria pena em Charqueadas, teria trocado de grupo, o que motivou o sequestro.
O cárcere privado que ocorreu em dezembro de 2024 durou cinco dias. Desde então, segundo a polícia, a mãe e os dois filhos vivem com o medo de serem mortos a mando dos líderes do grupo criminoso.
Além disso, os integrantes da mesma facção são investigados pela queima de veículos após uma ação da Brigada Militar no condomínio. Na ocasião, policiais foram alvos de tiros, pedras e até fogos de artifício.
O delegado Marco Guns, titular da 1ª Delegacia de Polícia, destaca a complexidade da investigação.
“Há muito a ser desenvolvido ainda, mas já contamos com muitas imagens e vídeos que demonstram a rotina criminosa, informações e depoimentos que corroboram o apurado, além de outras provas que demonstram a estrutura do crime, a divisão de tarefas e a empresa criminosa”, pontua.
“A Operação Bunker objetivou descortinar como funciona o esquema criminoso estruturado em condomínios habitacionais em Canoas”, pontua o delegado Cristiano Rechske, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM).