A falência de grandes empresas no Rio Grande do Sul tem chamado a atenção por seu impacto econômico e social. Nos últimos anos, diversas companhias importantes enfrentaram crises financeiras severas, algumas chegando à falência ou recuperação judicial, afetando milhares de empregos e a economia local.
Conhecer as histórias dessas empresas e entender o que levou a esse cenário ajuda a identificar tendências, desafios e os riscos para outras companhias do estado.
Empresas gaúchas que pediram falência nos últimos anos
Pavioli (Canoas) — Setor Alimentício
Com mais de 60 anos de tradição, a Pavioli foi referência na produção de massas e salgadinhos no RS. A combinação de dívidas altas e uma enchente devastadora em 2024 acabou levando a empresa a pedir falência. Antes disso, a Pavioli já tinha tentado recuperação judicial para renegociar débitos superiores a R$ 20 milhões, mas a crise natural inviabilizou a continuidade dos negócios.
Cooperativa Piá (Nova Petrópolis e Taquara) — Laticínios
A Piá foi uma das maiores cooperativas de laticínios do estado. No entanto, altos custos de produção, má gestão e um endividamento que ultrapassou R$ 260 milhões fizeram a cooperativa entrar em recuperação judicial em 2023. O fechamento da unidade de Taquara e o atraso nos pagamentos a produtores refletiram a gravidade da crise.
Carrer Alimentos (Encantado) — Avicultura
Especialista em ovos e pintos, a Carrer sofreu muito com as enchentes de 2023, que destruíram parte de sua produção. Com dívidas acima de R$ 129 milhões, a empresa recorreu à recuperação judicial para tentar se reestruturar e continuar no mercado.
Latvida (Estrela) — Laticínios
A indústria por trás da marca Latvida entrou em recuperação judicial em 2024, acumulando uma dívida que ultrapassa R$ 100 milhões. O atraso nos pagamentos a fornecedores de leite agravou ainda mais sua situação, mostrando os desafios do setor alimentício no estado.
Outras empresas em risco de falência no Rio Grande do Sul
Além das que já passaram por falência ou recuperação, algumas empresas apresentam sinais claros de dificuldades financeiras, podendo seguir o mesmo caminho:
- Oi Telecom enfrenta recuperação judicial desde 2016 e acumula dívidas bilionárias, afetando suas operações no RS.
- Ricardo Eletro vive um momento crítico, com impacto direto em fornecedores e consumidores da região.
- Pequenas e médias empresas dos setores metalúrgico e calçadista sofrem retração, enfrentando dificuldades para manter suas atividades.
Por que tantas empresas do RS enfrentam falência?
Vários fatores contribuem para essa onda de falências:
- Custos operacionais elevados: energia, insumos e transporte encareceram muito nos últimos anos.
- Desastres naturais: enchentes que causaram prejuízos irreparáveis para fábricas como Pavioli e Carrer.
- Gestão e endividamento: falhas administrativas e crescimento da dívida inviabilizam a recuperação.
- Concorrência acirrada e falta de inovação: empresas tradicionais perdem espaço para competidores mais ágeis.
- Efeitos da pandemia de COVID-19: redução do consumo e ruptura na cadeia produtiva afetaram o caixa de muitas empresas.
O que isso significa para a economia gaúcha?
A falência dessas empresas impacta empregos, fornecedores e toda a economia local. Também destaca a urgência em políticas públicas e privadas para apoiar o setor produtivo, incentivar inovação e ajudar empresas a enfrentar crises financeiras.
Ficar atento a esses movimentos ajuda investidores, empresários e consumidores a se preparar para mudanças e oportunidades no mercado do Rio Grande do Sul.
