A resposta curta é: não, uma IA não prevê fatalmente a sua morte, mas pesquisas recentes mostram que o life2vec, uma inteligência artificial desenvolvida por cientistas da Dinamarca e dos EUA, pode estimar com 78% de precisão se uma pessoa estará viva quatro anos depois, analisando sequências de eventos da vida.
O que é o life2vec, “IA que preve morte” e como funciona
O life2vec usa o mesmo tipo de arquitetura de IA presente em ChatGPT, aplicando-a a dados de vida, como diagnósticos médicos, renda, profissão e educação. Estudou mais de 6 milhões de registros dinamarqueses de 2008 a 2016 e, depois, testou o modelo com 100 mil pessoas, prevendo corretamente a sobrevivência em 78% dos casos — um aumento de 11% em relação a algoritmos tradicionais.
Ele não determina a data exata da morte, mas sim a probabilidade de mortalidade em um período. O algoritmo mapeia cada evento da vida como um “token”, formando uma espécie de “texto da vida” interpretável pelo modelo.
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Benefícios potenciais da IA
- Auxílio a políticas públicas, por prever com precisão taxas de mortalidade em subpopulações
- Monitoramento de riscos de saúde, como insuficiência cardíaca ou efeitos adversos a medicamentos
- Estudo de fatores que influenciam a longevidade, como condições socioeconômicas e ocupação
Os pesquisadores destacam que não há nenhum “site oficial” do life2vec, e muitas calculadoras online que prometem prever o dia da sua morte são fraudes ou golpes.
Limitações e riscos éticos
- Modelo foi treinado apenas com dados da Dinamarca, portanto pode não ser preciso em outras populações
- Variáveis imprevistas, como acidentes, não podem ser antecipadas
- Uso indevido por planos de saúde ou seguradoras pode levar à discriminação
Especialistas enfatizam que o objetivo não é ser uma “calculadora de morte”, mas sim um instrumento estatístico para políticas de saúde e pesquisas científicas.
IA pode prever a morte? Não de forma determinística, mas sim probabilística — o life2vec estima com 78% de acerto se alguém viverá ou não nos próximos anos. A tecnologia é promissora para saúde pública, mas traz restrições e riscos éticos.