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12 de julho de 2025

Carne preferida dos brasileiros causa mais câncer que cigarro

Um novo estudo mostra que carnes processadas, como bacon e salsicha, aumentam o risco de câncer; Entenda os perigos

Um novo estudo publicado pela revista científica Nature Medicine reacendeu o alerta sobre os riscos à saúde associados ao consumo de carnes processadas. A pesquisa, que analisou dados de mais de 60 estudos anteriores, concluiu que salsicha, bacon, presunto, linguiça e salame realmente representam um perigo: este tipo de carne causa câncer, segundo especialistas e órgãos de saúde internacionais.

A constatação reforça a classificação da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), que inclui as carnes processadas no Grupo 1 de agentes cancerígenos. Isso significa que há evidências científicas suficientes para afirmar que esses alimentos causam câncer em humanos, especialmente o câncer colorretal.

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Por que carne processada causa câncer?

Segundo os cientistas, o risco está nos conservantes químicos e no processo de defumação ou cura das carnes, que geram substâncias cancerígenas, como nitritos e nitratos. O consumo diário de apenas uma porção pequena já é capaz de aumentar consideravelmente o risco de doenças graves:

  • +11% de risco de desenvolver diabetes tipo 2
  • +7% de risco de câncer de intestino grosso

Um exemplo simples citado pelos pesquisadores é que comer um cachorro-quente por dia já eleva esses riscos de forma significativa.

Comparação com refrigerantes e gordura trans

O estudo também comparou o impacto das carnes processadas com outros vilões da alimentação:

  • Uma lata de refrigerante (350 ml) por dia aumenta em 8% o risco de diabetes e em 2% o de doença cardíaca isquêmica
  • O consumo diário de gordura trans (entre 0,25% e 2,56% das calorias) eleva o risco de problemas cardíacos em até 3%

Mesmo assim, as carnes processadas lideram os maiores aumentos de risco, tornando-se o maior foco de preocupação dos especialistas em saúde pública.

Existe uma quantidade segura?

De acordo com o endocrinologista Dr. Clayton Macedo, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), não existe uma quantidade segura para o consumo dessas carnes. “Os efeitos podem parecer modestos isoladamente, mas se tornam alarmantes em escala populacional”, afirma o médico.

Além do risco de câncer, esses alimentos estão ligados ao aumento da pressão arterial, ganho de peso e inflamação crônica, fatores que também contribuem para doenças cardíacas e metabólicas.

O que comer no lugar?

Substituir carnes processadas por opções mais saudáveis pode reduzir significativamente o risco de doenças crônicas. Entre as alternativas recomendadas por nutricionistas estão:

  • Carnes frescas não processadas, como frango, peixe ou carne bovina magra
  • Leguminosas, como feijão, lentilha e grão-de-bico
  • Vegetais e grãos integrais, que ajudam a manter o intestino saudável
  • Ovos e tofu, como fontes alternativas de proteína

Fique atento

A ciência é clara: este tipo de carne causa câncer quando consumida em sua forma processada, especialmente de forma frequente. Embora esses alimentos sejam populares por serem saborosos e acessíveis, seus impactos negativos à saúde superam os benefícios a curto prazo. Reduzir o consumo e buscar alternativas naturais é uma forma eficaz de prevenir doenças e viver com mais qualidade.

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