Durante décadas, o leite foi considerado um dos alimentos mais completos da alimentação humana. Mas nos últimos anos, ele se tornou alvo de debates acalorados. Enquanto alguns o tratam como vilão inflamatório, outros continuam indicando seu consumo diário por causa do cálcio e da proteína.
Afinal, leite faz bem ou mal à saúde? O que dizem os estudos mais atuais? A resposta é mais complexa do que parece (e envolve genética, estilo de vida e até o seu intestino.)
LEIA MAIS:
- Negativados podem solicitar empréstimo de R$ 4 mil no Nubank
- Hábitos brasileiros que são comuns aqui, mas podem ser crimes em outros países
- Ministra propõe alterar regras do BPC e barrar empréstimo, entenda
Leite faz bem ou mal? Veja o que dizem especialistas: Por que o leite gera tanta polêmica?
O leite é rico em cálcio, proteína, fósforo, vitamina B12 e potássio — nutrientes essenciais para ossos, músculos e funcionamento do corpo. No entanto, ele também contém lactose (um açúcar natural) e caseína (uma proteína que pode causar reações em algumas pessoas), o que levanta dúvidas sobre seus efeitos reais no organismo.
O que os estudos mais recentes mostram?
✅ Estudos que apontam benefícios:
- Redução de fraturas: segundo o American Journal of Clinical Nutrition, o consumo regular de leite está associado a maior densidade óssea em adultos e idosos.
- Ganho de massa muscular: a proteína do leite (whey e caseína) é altamente biodisponível, ideal para recuperação muscular.
- Melhora da microbiota intestinal: o consumo de derivados fermentados, como iogurte e kefir, favorece as bactérias “boas” do intestino.
⚠️ Estudos que levantam alertas:
- Inflamação em pessoas sensíveis: estudos mostram que a caseína e a lactose podem causar inflamação em pessoas intolerantes ou alérgicas, provocando inchaço, acne, cansaço e distúrbios gastrointestinais.
- Potencial aumento do risco de câncer de próstata em altas quantidades, apontado em algumas meta-análises, embora os resultados ainda sejam inconclusivos.
Intolerância à lactose é o mesmo que alergia?
Não. Eis a diferença:
- Intolerância à lactose: dificuldade em digerir o açúcar do leite. Causa gases, cólicas e diarreia.
- Alergia à proteína do leite: reação imunológica, mais comum em crianças. Pode causar sintomas respiratórios, dermatológicos e digestivos.
A tolerância ao leite depende da sua genética
Você sabia que até 70% da população mundial é intolerante à lactose em algum grau? A tolerância ao leite é uma adaptação genética que surgiu em populações do norte da Europa.
Pessoas de origem africana, asiática ou indígena tendem a ter menor tolerância à lactose na vida adulta. Ou seja, o leite pode fazer mal para alguns e bem para outros — não existe uma resposta única.
Leite vegetal é mais saudável?
Depende do tipo:
- Leites vegetais (amêndoas, aveia, soja, etc.) são boas alternativas para intolerantes, mas não têm o mesmo perfil nutricional.
- Muitos leites vegetais industrializados contêm açúcar adicionado, espessantes e baixo teor de proteína.
Se você não tem restrições, o leite de vaca ainda é uma fonte eficiente de nutrientes.
Então?
Leite não é vilão (mas também não é obrigatório.)
Para quem não tem intolerância nem alergia, o leite e seus derivados podem ser uma fonte segura e nutritiva de cálcio e proteína. Para quem sente desconforto ou segue uma dieta específica, há alternativas válidas.

A chave está em observar como seu corpo reage, buscar orientação profissional e, principalmente, não cair em extremos.