A famosa rede de lojas Maxxi Econômica, com sede em Canoas (RS), entrou com pedido de recuperação judicial na última quarta-feira (27), após mais de 70 anos de atuação no varejo farmacêutico. A decisão ocorre em meio a uma série de dificuldades financeiras e reflete a intenção da empresa de reorganizar seus débitos sem comprometer o atendimento à população.
Assim, segundo a Maxxi Econômica, o pedido de recuperação judicial visa preservar empregos, manter salários em dia e assegurar a continuidade do atendimento ao público das classes C e D, principal cliente da rede. “A empresa foi muito cirúrgica nessa questão, buscando demitir o mínimo número possível de colaboradores”, afirma Leandro Malta Martins, representante jurídico da varejista.
A empresa atualmente opera 60 lojas e emprega cerca de 620 profissionais. Uma redução significativa em relação às 200 unidades e 1,5 mil colaboradores que tinha no início da década passada. O endividamento oficial somava R$ 71,5 milhões, incluindo débitos com bancos, fornecedores e ex-funcionários. Dessa forma, ao se considerar tributos e dívidas com cooperativas, o montante chega a R$ 100 milhões.
Famosa rede de lojas com sede em Canoas pede recuperação judicial após dívidas milionárias: ex-funcionários querem receber
O impacto financeiro da Maxxi Econômica também afetou diretamente os ex-funcionários, que relatam atrasos e parcelamentos irregulares de rescisões, fundo de garantia e depósitos obrigatórios. A situação evidencia as dificuldades enfrentadas por trabalhadores desligados recentemente e a importância da mediação realizada pelo escritório Malta Martins Advocacia, de Porto Alegre (RS).
A crise da rede foi agravada por eventos externos, como as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024, que causaram perdas de infraestrutura e logística avaliadas em R$ 10 milhões. Tentativas de empréstimos junto ao BNDES, na ordem de R$ 20 milhões, não foram aprovadas, intensificando a necessidade da recuperação judicial.
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De acordo com a Maxxi Econômica, o objetivo do processo é reorganizar os passivos da empresa. Além disso, pretende manter o tamanho atual da operação e priorizando os colaboradores na reestruturação de pagamentos. A rede já havia reduzido significativamente suas unidades nos últimos dois anos. Dessa forma, após as enchentes, outras 20 lojas tiveram o funcionamento interrompido, sendo que apenas metade reabriu em cidades como São Leopoldo, Novo Hamburgo, Montenegro, Ivoti, Estância Velha, São Sebastião do Caí e Bento Gonçalves.