O caso da mala em Porto Alegre teve novos desdobramentos revelados pela Polícia Civil. Ricardo Jardim, de 66 anos, preso desde 4 de setembro, é suspeito de ter matado e esquartejado a namorada, Brasília Costa, de 65 anos. Segundo a investigação, ele manteve parte do corpo da vítima dentro de uma geladeira na pousada onde o casal estava hospedado antes de iniciar o descarte dos restos mortais pela cidade.
As informações foram apresentadas em coletiva de imprensa na Cidade da Polícia, após 12 dias de sigilo. De acordo com os investigadores, o crime foi meticulosamente planejado. Ricardo teria comprado mala, serra, luvas, sacos plásticos e fita adesiva antes da execução. Além disso, mantinha perfis falsos nas redes sociais, utilizava ao menos três celulares e chegou a pesquisar na internet sobre formas de identificar digitais depois de um assassinato.
Caso da mala em Porto Alegre: suspeito manteve corpo em geladeira antes de descartar restos: preso usou celular da vítima
A polícia apurou que, após a morte, Ricardo utilizou o celular de Brasília, fingindo ser a vítima. O assassinato teria acontecido entre 8 e 9 de agosto. Durante o interrogatório, o suspeito mudou sua versão, afirmando apenas que descartou partes do corpo em diferentes locais da capital gaúcha.
O caso da mala em Porto Alegre ganhou repercussão nacional quando o tronco da vítima foi encontrado dentro de uma mala no guarda-volumes da Estação Rodoviária. Outros restos mortais foram localizados em sacolas na Zona Leste e pernas em pontos distintos da Zona Sul. O crânio segue desaparecido. Ricardo chegou a indicar que teria jogado a cabeça em uma lixeira próxima à Usina do Gasômetro.
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A perícia do IGP ainda trabalha para confirmar a causa da morte, aguardando resultados laboratoriais que podem indicar se houve uso de drogas ou outros meios de execução. A polícia já confirmou, no entanto, que o esquartejamento ocorreu depois da morte. O crime é investigado como feminicídio, com indícios de motivação financeira.
Mesmo diante das evidências, a Defensoria Pública, que representa Ricardo Jardim, afirmou que não se pronunciará fora dos autos. O caso segue em investigação, enquanto buscas pelo crânio da vítima continuam para a conclusão da perícia.