Um estudo publicado recentemente na revista JAMA Oncology trouxe um alerta importante para a saúde bucal. Pesquisadores identificaram que algumas bactérias da boca podem triplicar o risco de câncer de pâncreas, um dos tumores mais agressivos e letais.
A pesquisa foi conduzida por cientistas da NYU Langone Health e do Perlmutter Cancer Center, nos Estados Unidos. Eles acompanharam cerca de 122 mil pessoas durante quase nove anos, a partir da análise de amostras de saliva coletadas no início do estudo. Nesse período, foram confirmados 445 casos de câncer pancreático, permitindo a correlação entre o microbioma oral e a doença.
Entre os microrganismos apontados, três bactérias ligadas à periodontite chamaram a atenção: Porphyromonas gingivalis, Eubacterium nodatum e Parvimonas micra. Além delas, o fungo Candida também se destacou como fator de risco, sendo inclusive encontrado em amostras de tumores pancreáticos.
Os cientistas criaram uma pontuação chamada Microbial Risk Score (MRS), que mede o impacto da presença desses microrganismos. O resultado mostrou que a cada aumento de um desvio padrão nesse índice, o risco de desenvolver câncer de pâncreas subia em até 3,44 vezes.
Embora o estudo não comprove uma relação de causa e efeito, os dados sugerem que o microbioma da boca pode se tornar um biomarcador não invasivo e ajudar na detecção precoce da doença. Isso significa que, no futuro, a análise da saliva pode indicar quem está em maior risco de desenvolver o tumor.
Estudo revela que bactérias da boca podem triplicar risco de câncer de pâncreas: sintomas
Especialistas destacam que o câncer de pâncreas representa apenas 2% dos diagnósticos no Brasil, mas sua evolução é rápida e muitas vezes fatal devido ao diagnóstico tardio. Os principais sintomas incluem dores abdominais, cansaço, icterícia (pele e olhos amarelados), emagrecimento, náuseas, dores nas costas e urina escura.
LEIA MAIS:
- Nubank confirma fim de serviço neste mês
- Anvisa proíbe marca de café por conter vidros
- Entre prédios e asfalto, a Fonte Dona Josefina em Canoas mantém viva a história da cidade
A pesquisa reforça a importância de manter uma boa saúde bucal, já que os microrganismos presentes na boca podem influenciar diretamente outras partes do corpo.
