A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado foi anunciada, nesta sexta-feira (10), como a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 2025. O comitê norueguês justificou a escolha pela “coragem em defender a democracia e lutar pacificamente por uma transição justa na Venezuela”.
Segundo o anúncio oficial, o Nobel da Paz 2025 reconhece “uma mulher que mantém acesa a chama da democracia em meio à escuridão crescente”, destacando o papel de Machado como símbolo de resistência contra o regime de Nicolás Maduro.
Maria Corina Machado vence o Nobel da Paz 2025: prêmio reconhece coragem e defesa da democracia
Maria Corina Machado tem sido uma das figuras mais importantes da oposição venezuelana nas últimas duas décadas. O comitê destacou seu “trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela” e sua “capacidade de unir forças pela liberdade mesmo diante da perseguição política”.
“É precisamente isso que está no cerne da democracia: a vontade de defender o governo do povo, mesmo quando discordamos”, afirmou Jørgen Watne Frydnes, presidente do Comitê Norueguês do Nobel.
A vida na clandestinidade desde 2024
Machado vive escondida desde agosto de 2024, após denunciar fraudes nas eleições venezuelanas. Em uma carta publicada no Wall Street Journal com o título “Posso provar que Maduro foi derrotado”, ela afirmou temer pela própria vida e pela de seus aliados.
“Estou escrevendo isso escondida, temendo pela minha liberdade e pela dos meus compatriotas”, disse Machado, alegando possuir provas de que Maduro perdeu as eleições.
O comitê afirmou que está ciente dos riscos à segurança da vencedora e espera vê-la na cerimônia de entrega em dezembro, em Oslo, embora reconheça a gravidade de sua situação.
Quem é Maria Corina Machado
Formada em engenharia e ativista desde o início dos anos 2000, Maria Corina Machado ganhou destaque à frente da ONG Súmate, responsável por recolher mais de quatro milhões de assinaturas para convocar o referendo revogatório contra Hugo Chávez, em 2004.
Em 2005, ela foi recebida na Casa Branca pelo então presidente dos EUA, George W. Bush, gesto que irritou o governo chavista. Em 2012, interrompeu um discurso de Chávez na Assembleia Nacional e declarou: “Expropriar é roubar”, frase que ecoou em toda a Venezuela.
Machado liderou diversos protestos contra o regime, entre eles o movimento “A Saída”, em 2014, que denunciou as violações aos direitos humanos e resultou em dezenas de mortos e milhares de presos.
Um símbolo de resistência venezuelana
Mesmo impedida de disputar cargos públicos por 15 anos, sob alegações de corrupção, Maria Corina Machado se manteve ativa na oposição. Em 2023, venceu as eleições internas da Plataforma Democrática Unitária com 93% dos votos, consolidando-se como a principal figura de resistência contra o chavismo.
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Sua escolha para o Nobel da Paz 2025 reforça a importância da democracia na América Latina e dá visibilidade internacional à luta dos venezuelanos por liberdade e direitos civis.

