Estudo mapeia risco de inundações em grande parte do estado
O governo do Rio Grande do Sul divulgou, no fim de novembro, o Atlas de Risco a Inundações do RS, um levantamento técnico que analisa a vulnerabilidade de áreas urbanas do estado frente a enchentes, cheias e enxurradas. O material reúne dados hidrológicos, geográficos e históricos para classificar o risco em municípios gaúchos.
O documento tem como objetivo apoiar ações de prevenção, planejamento urbano e resposta a desastres, além de orientar investimentos públicos em infraestrutura e sistemas de alerta. Segundo o próprio estudo, grande parte das cidades do estado apresenta algum nível de exposição a eventos de inundação.
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Canoas está inserida em uma das regiões mais sensíveis do RS
Entre os municípios analisados, Canoas aparece dentro da área de risco apontada pelo atlas de risco de inundações do RS. A inclusão não ocorre de forma isolada, mas está diretamente ligada à localização geográfica do município dentro da Bacia Hidrográfica do Guaíba, considerada uma das mais críticas do estado.
A partir deste ponto, o estudo detalha os fatores técnicos que explicam por que cidades como Canoas concentram maior vulnerabilidade a inundações recorrentes.
Influência direta da Bacia do Guaíba e de rios afluentes
De acordo com o atlas, a Bacia do Guaíba reúne um conjunto de rios de grande porte, como Sinos, Gravataí, Caí e Taquari-Antas, que convergem para um mesmo sistema. Canoas está inserida nesse contexto hidrológico, sendo impactada principalmente pelo rio dos Sinos e pelo próprio comportamento do Guaíba.
O estudo aponta que, em períodos de chuvas intensas e persistentes, o acúmulo de água nesses rios provoca elevação simultânea dos níveis, dificultando o escoamento e ampliando o risco de transbordamentos em áreas urbanas próximas às margens.
Relevo baixo e pouca capacidade natural de drenagem
Outro fator técnico destacado no atlas de risco de inundações do RS é o relevo predominantemente plano e baixo da Região Metropolitana. Canoas possui extensas áreas em cotas reduzidas de altitude, o que favorece o acúmulo de água quando há cheias ou chuvas volumosas.
Segundo o estudo, esse tipo de relevo diminui a velocidade de drenagem natural e aumenta o tempo de permanência da água em áreas urbanizadas, elevando os danos potenciais a residências, vias e serviços essenciais.
Urbanização intensa agrava os efeitos das cheias
O documento também relaciona o risco elevado ao alto grau de urbanização. Em cidades como Canoas, a impermeabilização do solo (causada por asfalto, concreto e construções) reduz a infiltração da água da chuva.
O atlas aponta que esse processo intensifica o volume de escoamento superficial, sobrecarrega sistemas de drenagem e amplia a ocorrência de alagamentos, mesmo em eventos que não seriam extremos em áreas menos urbanizadas.
Histórico de eventos reforça a classificação de risco
Além dos fatores naturais e urbanos, o atlas considera o histórico de registros de inundações. Canoas aparece em uma região que, segundo o levantamento, já enfrentou episódios recorrentes de cheias associadas a rios e ao Guaíba, o que reforça a classificação de risco no estudo.
O governo do RS destaca que o atlas não tem caráter alarmista, mas técnico, servindo como base para políticas de prevenção, planejamento urbano e ações de mitigação em municípios vulneráveis.
Ferramenta deve orientar decisões futuras
O Atlas de Risco a Inundações do RS é apontado como instrumento estratégico para auxiliar prefeituras e órgãos estaduais na definição de prioridades, como obras de proteção, revisão de ocupações em áreas sensíveis e fortalecimento de sistemas de alerta.
No caso de Canoas, o estudo reforça a necessidade de planejamento contínuo, considerando que os fatores apontados (hidrografia, relevo e urbanização) são estruturais e exigem ações integradas de longo prazo.
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