Operação policial ocorre na Região Metropolitana
A Polícia Civil realizou, no final da tarde desta quinta-feira (18), uma operação que terminou com a prisão em flagrante de 17 pessoas e a apreensão de um menor na Região Metropolitana de Porto Alegre. A ação ocorreu em um sítio localizado no município de Cachoeirinha.
Inicialmente, a investigação tinha outro foco, mas o que os policiais encontraram no local acabou mudando completamente o rumo da ocorrência.
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Mandado de busca revela estrutura inesperada
As equipes foram até o endereço para cumprir mandados de busca e apreensão após informações indicarem que o local poderia estar sendo usado para receptação e venda de veículos roubados e furtados.
No entanto, ao entrar no sítio, os policiais se depararam com uma estrutura montada para a aplicação de golpes eletrônicos, funcionando como uma verdadeira central clandestina de ligações.
Central do crime em Cachoeirinha funcionava como base para golpes
A investigação apontou que o local operava como uma central do crime em Cachoeirinha, voltada à aplicação de golpes telefônicos. No sítio, foram apreendidos centenas de chips, cerca de 30 celulares, quatro máquinas de cartão e roteiros impressos usados para simular atendimentos falsos.
Segundo a polícia, os scripts orientavam os suspeitos a se passarem por atendentes de instituições financeiras, com o objetivo de enganar as vítimas e obter dados ou valores.
Equipamentos indicam aplicação do golpe do falso advogado
Durante a ação, os policiais também encontraram computadores logados no sistema E-Proc, utilizado para a tramitação e consulta de processos judiciais. De acordo com o delegado João Paulo de Abreu, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o acesso ao sistema indica a prática do chamado golpe do falso advogado.
Uma equipe da perícia foi acionada para analisar os equipamentos e verificar se outros crimes foram cometidos pelo grupo. Até o início da noite, os trabalhos ainda estavam em andamento no local.
Suspeitos destruíam chips para dificultar investigações
Conforme a polícia, os integrantes do grupo criminoso costumavam queimar os chips telefônicos após o uso, numa tentativa de apagar provas e dificultar o rastreamento das ligações fraudulentas.
Essa prática, segundo os investigadores, demonstra organização e tentativa de burlar a atuação das forças de segurança.
Cada integrante tinha função definida no esquema
De acordo com o delegado Abreu, cada um dos presos exercia um papel específico dentro da quadrilha. O grupo seguia um roteiro pré-definido, simulando atendimentos reais para dar aparência de legitimidade às ligações.
A delegada Jeiselaure de Souza, titular da Delegacia de Roubo de Veículos (DRV), destacou à GZH que a descoberta da central de golpes foi uma reviravolta inesperada durante o cumprimento dos mandados.
Investigação segue em andamento
Os presos foram encaminhados para os procedimentos legais, e o material apreendido será analisado para identificar possíveis vítimas e a extensão do prejuízo causado.
O caso segue sendo investigado, e a Polícia Civil não descarta novas prisões relacionadas à central do crime em Cachoeirinha.

