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21 de fevereiro de 2025

Bolo envenenado: o que diz Polícia Penal sobre mulher encontrada morta

Deise Moura dos Anjos, suspeita de ter matado familiares com bolo envenenado, foi encontrada morta dentro da penitenciária

A Polícia Penal se manifestou sobre a morte de Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar familiares com um bolo envenenado com arsênio. Agentes a encontraram sem sinais vitais na manhã desta quinta-feira (13), na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.

Durante a conferência matinal, os servidores localizaram Deise enforcada dentro da cela. De imediato, a equipe prestou os primeiros socorros e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No entanto, ao chegar ao local, os socorristas constataram que ela já estava sem vida.

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Segundo a Polícia Penal, a detenta ocupava uma cela sozinha. Agora, as investigações sobre as circunstâncias da morte estão a cargo da Polícia Civil e do Instituto-Geral de Perícias (IGP), que analisarão o local e possíveis indícios que esclareçam o caso.

Bolo envenenado: relembre o caso de Deise Moura dos Anjos

Deise Moura dos Anjos estava presa preventivamente desde 5 de janeiro. A Polícia Civil a investigava por quatro mortes, incluindo a do sogro, ocorrida em setembro, e as de três mulheres que ingeriram o bolo envenenado no Natal.

O inquérito apontou que Deise encomendou arsênio pela internet e recebeu o produto pelos Correios. A assinatura dela constava no comprovante de entrega, e os registros mostraram buscas por venenos em seu histórico de pesquisa.

Agora, a polícia aguarda os laudos periciais para confirmar as causas da morte dentro da penitenciária.

O caso do envenenamento

Sete pessoas da mesma família se reuniram para um café da tarde no dia 23 de dezembro, em Torres. Minutos após comerem um bolo, seis delas começaram a passar mal. Apenas uma não provou o alimento.

De acordo com autoridades, Zeli dos Anjos, que preparou o bolo em Arroio do Sal e levou para Torres, também precisou de atendimento hospitalar.

Três mulheres morreram em poucas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória. Já Neuza Denize Silva dos Anjos morreu devido a “choque pós-intoxicação alimentar”, conforme o hospital divulgou.

Conforme informações, Zeli dos Anjos, que ingeriu duas fatias do bolo, recebeu alta no dia 10 de janeiro. A criança de 10 anos que também comeu o doce foi liberada uma semana antes.

Nota da defesa de Deise

“A defesa da acusada Deise, representada pelo escritório Cassyus Pontes Advocacia, vem se manifestar no sentido de que houve acesso aos laudos preliminares do IGP, quanto aos fatos ocorridos na Comarca de Torres, bem como o da exumação do corpo do Sr. Paulo Luiz dos Anjos.

Entretanto, não há ainda a disponibilidade dos laudos referentes ao filho de Deise dos Anjos e seu companheiro, razão pela qual no momento não há judicialização das supostas novas vítimas.

Deise permanece recolhida com prisão temporária, a investigação segue, e conforme decisão judicial, ainda restam diligências a serem realizadas para a elucidação dos fatos no inquérito.

Cassyus Pontes Advocacia”

Quem é quem no caso do bolo envenenado com arsênio

Deise Moura dos Anjos: suspeita central, Deise era acusada de envenenar o bolo que matou três pessoas e deixou outras duas hospitalizadas. Ela também era suspeita de envenenar seu pai e seu sogro com arsênio. A polícia encontrou evidências de suas pesquisas sobre arsênio em seu celular. Deise estava presa e enfrentava acusações de triplo homicídio qualificado e tripla tentativa de homicídio.

Zeli dos Anjos: sogra de Deise e responsável por preparar o bolo envenenado. Zeli sobreviveu ao envenenamento mesmo após ter sido a única da família que comeu dois pedaços da sobremesa. Ela chegou a ficar internada no hospital mas já recebeu alta. A polícia acredita que ela era o principal alvo de Deise.

Neuza Denize Silva dos Anjos: irmã de Zeli e uma das vítimas fatais. Ela tinha desentendimentos com Deise, relacionados à antipatia da suspeita com sua filha, Tatiana.

Tatiana Denize: prima de Deise, Tatiana foi uma das vítimas fatais. A investigação aponta que Deise nutria ressentimentos banais em relação a Tatiana, como a realização de seu casamento em uma igreja desejada por Deise.

Matheus: sobrinho-neto de Zeli, Matheus sobreviveu ao envenenamento e foi o primeiro a receber alta do hospital. A polícia acredita que ele não era um alvo direto de Deise.

Paulo Luiz dos Anjos: sogro de Deise, envenenado com arsênio possivelmente por meio de leite em pó em setembro de 2024. Seu corpo foi exumado, confirmando a presença do veneno.

José Lori da Silveira Moura: pai de Deise, supostamente envenenado com doses menores de arsênio ao longo do tempo. A polícia planeja exumar seu corpo para confirmação.

Diego Silva dos Anjos: marido de Deise, filho de Zeli e Paulo Luiz. Até o momento, a Polícia Civil descartou o envolvimento de Diego nos envenenamentos.

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