Usuários de drogas de Canoas estavam pagando traficantes com Auxílio Emergencial

Traficantes mandavam os boletos pelo WhatsApp

Traficantes de Canoas encontraram uma nova forma de vender drogas. Além do sistema de tele-entregas que ganhou força durante a pandemia do coronavírus, eles abriram empresas de fachada para poder emitir boletos. Isso foi um dos fatos que chamou a atenção do delegado Rodrigo Caldas, titular da 3ª Delegacia de Polícia. Ele coordenou a operação Caçador deflagrada na manhã desta terça-feira (26).

Conforme o delegado, os traficantes mandavam através do WhatsApp o código de barras para o usuário pagar. Porém, não foi só isso que chamou a atenção da polícia. “Descobrimos durante a investigação que os usuários pagavam a droga com o dinheiro do auxílio emergencial”, relata.

O boleto, de acordo com a polícia, foi a forma dos traficantes driblarem o sistema de pagamentos da caixa. O esquema funcionava da seguinte maneira: os criminosos abriram empresas de fachada. Através do CNPJ, ele gerava um boleto e mandava para o usuário. Como o aplicativo disponibilizado pela Caixa disponibilizava a opção para pagar boletos bancários, antes de permitir o saque, o usuário conseguia fazer o procedimento, que era antecipado, e enviava o comprovante para o traficante. Em seguida, um motoboy ia até o ‘cliente’ e entregava a droga.

Um dos alvos da operação foi preso junto com a esposa no bairro Guajuviras. Na residência, os policiais encontraram diversos documentos que comprovam o crime, celulares, além de drogas. “Ele tinha uma empresa de fachada que, no português, era chamada de lobo mal.” Conforme apurado por Agência GBC, a empresa era ligada a sonorização de eventos.

Além do casal, mais dois criminosos foram presos. Um em Porto Alegre e outro no bairro Estância Velha. Em média, juntos, eles tinham 100 clientes por semana. “Desarticulamos um esquema sofisticado de tráfico de drogas”, ressalta o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, delegado regional Mário Souza.

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