Bruno Lara | brunolara@agenciagbc.com
A Câmara de Vereadores de Canoas ouviu nesta quinta-feira (20) o diretor executivo da Sogal, Marlon Casagrande. O objetivo da Casa era conhecer a posição da empresa sobre atraso nos salários e também nas rescisórias.
Segundo Marlon, com as parcelas de R$ 400 mil mensais do acordo feito para demitir funcionários, mais juros de 1% ao dia e multas por pagar em atraso, a dívida já passa de R$ 1 milhão. Segundo ele, no entanto, a empresa disponibiliza ônibus “de primeiro mundo” para os usuários.
As posições foram criticadas por parlamentares. Jefferson Oto (PSD) enfatizou que a população não está contente com o serviço que é prestado. A vereador Maria Eunice (PT) foi mais enfática. “Esta empresa não serve para continuar o trabalho na cidade”, rebateu.
Na opinião dela, os argumentos trazidos não foram suficientes. “Explica, mas não justifica”, definiu reforçando que as ações adotadas até o momento não foram razoáveis para garantir qualidade no serviço, salário digno, pagamento das rescisórias ou dos salários na data certa.
Marlon acredita que tarifa barata é o princípio básico do transporte público, mas a arrecadação através da cobrança de passagens não é suficiente. “O subsidio é a medida mais inteligente e mais correta com relação a resolver o problema”, afirma. “A tarifa que cobre os custos reais do sistema, talvez seja uma tarifa muito cara para que o passageiro tenha que pagar esse custo”, complementa.
Durante os últimos anos, na gestão do prefeito Luiz Carlos Busato (PTB) e também agora com Jairo Jorge (PSD), a empresa recebeu mais de R$ 3 milhões para saldar débitos trabalhistas. “É uma espécie de empréstimo. Joga o problema mais para a frente. Estanca o problema daquele momento”, admite ele.
O diretor garante que o atraso no salário dos funcionários que estão trabalhando será colocado em dia. “Até o final deste mês teremos a regularização dos servidores que estão ativos”, garante. Durante todo o ano passado, o melhor cenário chegou em 30 mil passageiros por dia, enquanto em outros tempos a empresa levava mais de 64 mil pessoas diariamente.
Nos últimos 90 dias, ele atribui a culpa a Vicasa, empresa da mesma família que administra a Sogal. Em sua análise, o passageiro que deveria estar usando o sistema metropolitano utilizava os ônibus que circulam dentro da cidade. “A Vicasa acabou deixando muito a desejar e acabou deixando a população desatendida. E todo esse desatendimento acabou pressionando o sistema da Sogal, que foi afetado diretamente por essa demanda aumentada”, avalia.