CANOAS | Com falta de renovação de contrato, venezuelanos terão que deixar abrigos até 31 de março

Foto: Gisele Uequed/ Arquivo Pessoal

Da redação | O acordo de assistência e acolhimento aos venezuelanos, dentro do programa de interiorização, não será renovado, conforme a Prefeitura de Canoas. A notificação partiu do Governo Federal e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados(Acnur) e atinge 305 venezuelanos.

O contrato inicial previa o auxílio financeiro por seis meses e poderia ser renovado caso fosse necessário, de acordo com o então ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, que visitou os abrigos na cidade em setembro do ano passado.

Por conta da falta de interesse pela renovação, os imigrantes que moram nos Centros de Acolhimento Temporários (CTAs) devem deixar os locais até 31 de março. As moradias eram alugadas, em parceria da Associação Antônio Vieira (ASAV) com as Nações Unidas, enquanto que o fornecimento de alimento era garantido pelas Forças Armadas.

Acolhimento e encaminhamento ao trabalho

Com os recursos do Governo Federal, a Prefeitura de Canoas, através da Secretaria de Desenvolvimento Social (SMDS), em parceria com a Fundação La Salle, vem executando planos de acolhimento aos imigrantes, que poderão ser mantidos por mais nove meses, a partir de abril. As ações que estão sendo realizadas e que permanecem são: orientação em relação à documentação, orientação jurídica, inserção de adultos no mercado de trabalho, de crianças na rede municipal de educação, inserção na rede sócio assistencial de saúde.

Além disso, os venezuelanos também recebem oficinas de língua portuguesa, em parceria com ONGs e igrejas do município, e de preparação para o mercado de trabalho, bem como, são cadastrados no Banco de Oportunidades, ferramenta on-line disponibilizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE). Durante o tempo de permanência nos CTAs, a equipe da assistência social da Prefeitura ainda realizou atendimentos diários junto aos venezuelanos.

Desde a vinda dos refugiados para Canoas, o foco da prefeitura foi inseri-los no mercado de trabalho, já visando o encerramento do convênio. Atualmente, 29 pessoas já moram em suas próprias casas, em Canoas e em cidades do interior. No CTA Farroupilha, onde moram ainda 26 famílias, 25 delas já possuem pelo menos um membro empregado. No CTA Argentina, onde residem 65 famílias, 60 pessoas estão no mercado de trabalho. Agora, a Prefeitura de Canoas e a Fundação La Salle vão auxiliar os venezuelanos a se recolocarem em residências individuais, que serão custeadas por eles mesmos.

Entenda o acordo que trouxe os venezuelanos para Canoas

Diante da crise política e social existente na Venezuela e com a entrada de milhares de venezuelanos pelo estado de Roraima, o Governo Federal, em 2018, iniciou um processo de interiorização dos refugiados. Na ocasião, a pedido do ministro Beltrame, Canoas aceitou acolher os imigrantes.

O acordo foi assinado no dia 14 de setembro, pelo ministro de Estado do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, e pela representante do Acnur no Brasil, Isabel Marques Daniel.

Em visita realizada pelo ministro Beltrame e pelo então chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, no município de Canoas, foram assinados termos que garantiram os repasses financeiros para o município durante seis meses.

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