Foto: Adriano Rosa da Rocha/Prefeitura de Esteio
Da redação* | O grito de felicidade de Neli dos Santos Pereira ao abrir a porta de uma das 13 casas-contêiner entregues pela Prefeitura de Esteio na Rua das Flores nesta sexta-feira (29) era um gesto de alívio após dois anos vivendo em aluguel social. “É muito ruim viver em um lugar que não é teu, que depende de autorização de um proprietário para fazer as mudanças que deseja. Os depósitos sempre foram feitos direitinho, mas eu queria ter o meu cantinho. Agora estou na minha casa e estou muito feliz”, celebrou, sorridente.
Assim como Neli, as demais famílias que receberam as moradias nesta sexta-feira também tiveram que sair de suas antigas residências, por situação de vulnerabilidade, de áreas de risco ou de condições precárias, e desde então passaram a viver em aluguel social, concedido pela Prefeitura. Com as chaves nas mãos, eles podem, agora, fazer a mudança para seus novos lares e adaptar as casas a seus estilos.
A conclusão do loteamento marca, segundo o prefeito Leonardo Pascoal, o atingimento de mais um objetivo estipulado no início da atual gestão. “Queríamos terminar com essa situação do aluguel social. Não para economizar, mas por entender a angústia que sentiam essas pessoas, mesmo que o valor da locação tenha sempre sido pago em dia. Agora, vocês vão viver com segurança, tranquilidade e poderão investir em algo que é vocês”, salientou Pascoal.
Ele comentou, também, sobre a qualidade dos contêineres em relação aos antigos kits moradia em madeira. “Esta nova proposta representa um salto de qualidade na política de reassentamentos. O projeto-piloto que fizemos no ano passado deu certo. Os contêineres são maiores que as casinhas em madeira, têm mais durabilidade e um custo menor por metro quadrado. Acredito que seremos exemplo de uma alternativa para as questões habitacionais”, apontou. “Pouco a pouco vocês vão encher este espaço de alegria. Desejo que todos possam construir aqui, com suas famílias, a felicidade plena de que são merecedores”, complementou o prefeito.
O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SMDUH), Marcelo Kohlrausch, deu uma ideia de nome para o loteamento. “Sugiro que se chame Vida Nova, pela mudança que ele representa para as famílias que agora têm uma casa própria, após ter vivido em áreas de risco e, depois, na situação desconfortável do aluguel social”, explicou. Marcelo falou, ainda, sobre a segurança das novas moradias. “Podem ficar tranquilos, pois estas casas são seguras. O projeto teve aprovação dos Bombeiros e os materiais utilizados são diferentes, por exemplo, daqueles do caso incêndio no Rio de Janeiro. O uso de contêiner para residências é algo moderno e está ficando bastante comum”, afirmou.
Também participaram do evento o vice-prefeito, Jaime da Rosa, os secretários municipais de Administração, Adriano Coutinho, da Fazenda, Roberta Patuzzi, do chefe de Gabinete, Daniel Grassmann, do diretor administrativo da Fundação de Saúde Pública São Camilo, Gerson Cutruneo, dos vereadores Felipe Costella, Fernanda Fernandes, Rute Viegas e Sandro Severo, e do ex-prefeito Vanderlan Vasconselos.
Mudança para loteamento com infraestrutura
Cada um dos lotes entregues nesta sexta-feira tem 110 m². A Rua das Flores, onde fica as residências, está localizado atrás do Loteamento Pôr-do-Sol, no Bairro São Sebastião. Todos os cuidados com a infraestrutura para os novos moradores foram tomados, com o asfaltamento da rua, iluminação pública e as ligações com as redes de energia elétrica, de esgoto sanitário e de drenagem pluvial. No total, o loteamento terá 14 casas, sendo que a última delas tem previsão de instalação nos próximos meses.
O conjunto usado como moradia é formado por dois contêineres modulares galvanizados, acoplados lateralmente, formando um ambiente de 27,6m² (4,6m x 6m), com pé-direito de 2,5m. Dotados de unidade sanitária, as unidades estão com as instalações elétricas e hidráulicas. As paredes são isotérmicas, ou seja, isolam a residência de excessos de calor ou de frio. O custo estimado de cada conjunto é de R$ 30,3 mil.
O investimento para a aquisição das casas-contêiner é de R$ 424,2 mil. Em comparação, o kit de madeira antigamente utilizado pela Prefeitura para reassentamento de famílias que viviam em áreas de risco custa R$ 25 mil, mas tem um espaço menor (21 m²), ou seja, tem um custo por metro quadrado mais elevado e, além disso, demanda mais recursos para conservação e manutenção. Já os investimentos em aluguel social giram em torno aos R$ 11 mil por mês para a Prefeitura. Outros benefícios da moradia-contêiner são a sustentabilidade, pelo fato de ser uma obra limpa, com redução de entulho e de uso de recursos naturais como areia, madeira e água, e a praticidade, pela flexibilidade e agilidade na montagem.
*Com informações da Prefeitura de Esteio