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Canoas
15 de dezembro de 2024

Canoense que matou transexual é condenado a 24 anos de prisão

O ex-jogador de futebol de Canoas foi condenado por matar a vítima com garrafadas

O ex-jogador de futebol Douglas Gluszszak Rodrigues foi condenado a 24 anos de prisão em regime fechado na última terça-feira (21) por homicídio qualificado. Ele é acusado de matar uma transexual em São Borja, na Fronteira Oeste.

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A defesa de Douglas, que é natural de Canoas, deve entrar com recurso ainda nesta quarta-feira (22), data em que começa a contar o prazo para apelação.

Sentença

O juiz Marco Antônio Preis, que assina a sentença, detalhou quais circunstâncias foram consideradas no julgamento. São elas: a “premeditação”, o comportamento de Douglas após o crime, por não prestar socorro, mesmo que anonimamente, e por deixar o corpo desfalecido em um local ermo à beira do rio, “demonstrando desprezo à vida humana”.

Além disso, o magistrado destacou o fato de a vítima ser transexual e de o crime contra ela representar um atentado aos direitos humanos. “O direito à igualdade sem discriminações abrange a identidade ou expressão de gênero, manifestação da personalidade da pessoa humana e, como tal, cabe ao Estado reconhecê-la, nunca constituí-la, sendo que a pessoa transgênero, independentemente de procedimentos cirúrgicos ou o registro público formal, há de ter este direito fundamental (…) reconhecido”.

Denúncia do caso

Conforme o Ministério Público, o réu teria causado a morte de Thalia Costa Barboza de 33 anos, após agredi-la com chutes e golpes de garrafa, em junho de 2018. Ela teve hemorragia cerebral em decorrência de um traumatismo crânio-encefálico e morreu.

Segundo a sentença de pronúncia, Douglas confirmou o fato em seu interrogatório, mas disse que não tinha a intenção de matar Thalia. Ele disse ainda que conheceu a vítima por meio de outro jogador de futebol, mas que nunca tiveram relação sexual. O réu também falou que era menor que Thalia e que ela “tentou forçá-lo a manter relação sexual, ao que a empurrou e disse que não queria”.

“Referiu que, ato contínuo, Thalia foi para cima do declarante, que desferiu um soco no rosto da vítima, que tornou a investida, oportunidade em que pegou uma garrafa vazia que estava no chão, com a qual desferiu um golpe na ofendida, que caiu. Sustentou que não sabia se Thalia morreu na hora em que recebeu o golpe, pois ficou assustado, pegou o carro e foi para casa. Negou ter chutado a vítima, referindo que machucou o pé treinando. Sustentou que estacionou o carro próximo ao apartamento, pegou os pertences de Thalia, descartou os documentos e ficou com o celular para apagar as fotos”, diz a sentença de pronúncia.

O caso

Segundo informações do delegado Marcos Ramos Vianna, titular da delegacia da cidade, Thalia foi morta a garrafadas por um jogador de futebol da cidade, com quem mantinha um relacionamento há 15 dias. Em depoimento, Douglas confessou a briga e o crime. Para a polícia, ele contou que os dois discutiram porque Thalia queria divulgar as fotos do casal em redes sociais, o que ele não queria.

A vítima era conhecida na cidade. Ela vendia jogos de loteria. Já Douglas, atuava na Associação Esportiva São Borja que disputa a Segunda divisão do Campeonato Gaúcho.

Prisão

A Polícia chegou ao suspeito depois que um vizinho encontrou o documento de identidade da vítima caído na entrada do prédio ontem o jogador residia. Além disso, havia manchas de sangue na escada.

As câmeras de segurança do prédio, que fica na periferia da cidade, mostram o casal chegando de mãos dadas na última quarta-feira (20).

A hipótese é que Thalia foi morta ainda durante a noite. O corpo foi encontrado horas depois por moradores da região.

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