Brayan D’Avila dos Santos, oito anos, foi raptado no final da tarde da última quinta-feira (18). Conforme relato da família, ele foi colocar o lixo na rua e um carro foi visto arrancando da frente da residência, no bairro Harmonia, em Canoas, em alta velocidade.
Do pouco que contou para família dos momentos de terror, Brayan disse que foi abandonado na rua Santo Antônio. A via, bastante movimentada, fica no bairro Mato Grande. Ele atravessou e ingressou em um estabelecimento na Av. República.
Lá, pediu ajuda a um segurança – que também é policial aposentado – dizendo que queria ir para casa. O homem e a esposa levaram Brayan até a família. De lá, ele foi levado para a Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) onde contou o ocorrido.
Entrevista
Ainda assustada, a avó do menino recebeu a reportagem da Agência GBC na manhã desta sexta-feira (19) em casa, no bairro Harmonia, em Canoas. Para conversar sobre o desaparecimento e encontro do neto, ela estabeleceu duas condições: não ser gravada e, por segurança, que ninguém da família fosse identificado.
“Eu estava trabalhando. Meu marido foi me buscar e minha filha me ligou dizendo que ele tinha sumido. Ele estava tomando banho e ela fazia café para ele. Ele saiu para colocar o lixo na rua e minhas filhas só viram o carro arrancando. Não viram mais o menino. Minha outra neta, pequena, disse que ele tinha ido para um lado e o carro para outro”, narra.
O carro citado pela avó é um Gol cinza. Horas depois, um veículo semelhante ao relatado por ela foi encontrado abandonado no bairro Rio Branco. Ainda não é possível afirmar que seja o mesmo carro visto pelas tias de Brayan, que mora com os avós.
Questionada sobre o que o menino falou, a avó disse não saber de muitos detalhes. “Ele não deu muitos detalhes do que ocorreu dentro do carro para nós”, conta. Uma tia, que acompanhava a entrevista disse que Brayan detalhou toda a ocorrência, com calma, para o delegado Pablo Queiroz Rocha, titular da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA). “Ele veio aqui em casa, deixado por um casal. Depois, a polícia veio buscá-lo e levou para a delegacia. Eu não vi a conversa, porque estava em outra sala, o aguardando”.
Logo após o susto, a família notou que Brayan estava com o pescoço arranhado. Do pouco que falou do crime para eles, o menino disse que “sentiu uma mão na boca e um homem já falando para não gritar”. Deixado pelo suposto sequestrador, a criança atravessou uma rua e pediu ajuda para um segurança. “Pediu para o homem trazer ele pra casa”, conta a tia.
A avó descreve Brayan com um guri calmo e tranquilo. “Não deixo nem ele brincar com os vizinhos, é só dentro de casa”. Agora, ela tenta entender o que aconteceu. “Não sei te explicar porque pegaram ele. Eu imagino de tudo.”