Emergência do Nossa Senhora das Graças em Canoas deve fechar em novembro

A direção do hospital diz que não tem mais recursos para manter ela aberta.

O Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) notificou a Secretaria Municipal de Saúde de Canoas, O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) e o Ministério Público que vai fechar, a partir do dia 20 de novembro, a emergência. O prazo, segundo o médico Glauco Luis Konzen, diretor técnico da instituição está previsto na lei. “Preciso dar um prazo para que o sistema de saúde de Canoas e das cidades quais ele é referência se preparem para não ter mais esse serviço.”

Segundo o médico, a emergência segue funcionando normalmente. “Há muito tempo, o custo desse serviço ultrapassa o que recebemos dos poderes públicos. Hoje, recebemos apenas 10% do que gastamos. Vamos fechar a emergência pelo alto custo e déficit que ela gera”, afirma.

O diretor relata que médicos e outros profissionais estão com os salários atrasados há três meses e que com a pandemia, a instituição está desembolsando mais na hora de comprar insumos. “Teve produto que sofreu reajuste de 1000%. Isso gera um aumento de custo gigantesco para todos os hospitais e, principalmente, os filantrópicos que é nosso caso. Cerca de 85% dos nossos atendimentos é para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).”

A decisão, de acordo com Glauco, não é definitiva. “Se a gente conseguir nesse intervalo, arrumar recursos para manter ela, a gente pode rever a decisão. Porém, se não fizermos nada, o hospital vai fechar. Ele vai acabar falindo.”

O que dizem os notificados?

A Agência GBC procurou a Prefeitura de Canoas que, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que nas próximas horas deve se pronunciar sobre o caso. Além disso, a reportagem apurou que os repasses para a instituição estão em dia e, em alguns meses, chega a ser antecipado.

O SIMERS e o Ministério Público não atenderam as ligações.

Problema recorrente

Na última semana, a Agência GBC publicou uma reportagem em que a crise econômica da instituição vinha se agravando. Pacientes e médicos relataram, por exemplo, a falta de medicamentos, insumos para internações e até papel higiênico.

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