O promotor do caso do estupro da ex-promotora de eventos Mariana Ferrer apontou como “estupro culposo” o crime cometido contra a jovem. O julgamento ocorreu em setembro, mas os detalhes foram divulgados nessa terça-feira (3).
Segundo o advogado de André Camargo Aranha (denunciado por Mariana), Cláudio Gastão da Rosa Filho, o seu cliente “não tinha como saber que Mariana estava em situação de vulnerabilidade, ou seja, sem condições de aceitar ou negar o ato sexual”
Dado o argumento, o crime foi caracterizado como “estupro culposo” e, por não existir este termo no código penal, André foi inocentado.
Em imagens do julgamento é possível ver o advogado de André Aranha humilhando Mariana. Ele mostrou fotos da ex-promotora em trabalhos como modelo profissional para atacá-la e justificar o crime e considerar o ato como uma relação sexual consensual.
Segundo o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho as imagens seriam “ginecológicas”, como definiu. Além disso, durante a sessão ele afirmou que “jamais teria uma filha” do “nível” de Mariana.
O julgamento aconteceu de forma online e as imagens foram captadas e divulgadas pelo Intercept. A vítima chorava e ouviu do advogado: “Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo”. Mariana ainda afirmou que nem mesmo os acusados eram tratados daquela maneira ao reclamar da conduta do advogado. “Teu showzinho você vai no seu Instagram dar depois”, disse Cláudio. “É seu ganha pão a desgraça dos outros, fala a verdade”.