“Os Manos” de Canoas e Sapucaia levam prejuízo de mais de R$ 9 milhões da polícia

O dinheiro do tráfico era usado para comprar carros, imóveis e financiar empresas

Uma investigação da 1ª Delegacia de Polícia de Sapucaia, em conjunto com o 33° Batalhão de Polícia Militar (33° BPM), descobriu um enorme esquema de lavagem de dinheiro financiado pelo tráfico de drogas. Toda essa organização criminosa foi alvo da Operação Iceberg, deflagrada nesta quarta-feira (2).

Foram seis meses de investigação. Ela começou no dia 27 de maio, quando dois criminosos foram presos em Sapucaia por tráfico e com armas. “Além do flagrante, nos chamou a atenção os documentos e diversos comprovantes de depósitos bancários”, comentou a delegada Luciane Bertoletti, que iniciou a investigação.

Com a prisão, os investigadores descobriram um grande esquema de lavagem do dinheiro que é oriundo do tráfico de drogas. Eles também apuraram diversas contas bancárias de laranjas que compravam imóveis e veículos. Até empresas de fachada foram criadas para facilitar o crime.

Parte desse dinheiro foi para cidades que fazem divisa com o Paraguai, no Mato Grosso. O recurso era utilizado para compra de drogas e, assim, mantinha funcionando o esquema. A atividade era totalmente organizada. As lideranças possuíam funções específicas de recolhimento dos valores e transferências nas contas bancárias determinadas. “Segundo as investigações atuava como uma empresa do crime”, afirmou o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, delegado Mário Souza.

Para se ter uma ideia, em dois dias, os traficantes movimentaram R$ 2 milhões.

O objetivo da ação foi desarticular o esquema de lavagem por meio do bloqueio de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas, sequestro de bens e prisão dos líderes. Foram cumpridos 97 ordens judiciais em Canoas, Novo Hamburgo, Montenegro, Porto Alegre, São Leopoldo e Sapucaia do Sul. “O novo modelo de enfrentamento da Polícia Civil frente ao crime organizado busca a descapitalização das organizações criminosas, o que gera seu enfraquecimento, uma vez que os recursos ilícitos que movimentam as atividades delituosas são alcançados e revestidos em prol do Estado”, comentou o delegado Gabriel Borges, titular da 1ª DP. Já o Major Paulo César dos Santos, que comanda o 33° BPM, também reforçou que “é importante atingir a parte financeira da organização criminosa.”

Durante a operação, os policiais conseguiram o bloqueio de R$ 9 milhões, seqüestraram 17 imóveis e oito veículos. Durante os mandados foram apreendidos R$ 30 mil.

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