Adolescente de Canoas ajudou a cortar pescoço de motorista de aplicativo que estava vivo

O motorista tinha se envolvido com a ex-namorada de um traficante.

Um adolescente de Canoas foi pego pela Polícia Civil durante a Operação Tentáculos deflagrada nesta quinta-feira (10). Ele, que integra uma facção criminosa, participou da morte de um motorista de aplicativo.

Segundo a investigação, Patrick Brum Dall Ongaro de 30 anos saiu de Cruz Alta, no dia 27 de agosto, e não foi mais visto. O corpo foi localizado duas semanas depois em uma estrada em Rio Pardo. Ele foi atraído até a cidade para ser assassinado. O crime tinha sido encomendado por um traficante.

Conforme o delegado Anderson Faturi, Patrick virou alvo dos criminosos após ter se envolvido com uma ex-mulher do traficante. O chefe desse criminoso, que está dentro da Penitenciária de Ijuí, ordenou o crime.

Dinâmica do crime

Motorista de aplicativo, Brum foi contratado para ir até Rio Pardo e fazer uma entrega. O trajeto foi acertado em corrida particular, por fora do aplicativo. A entrega, segundo a polícia, eram pacotes de drogas. “Ele trouxe o pagamento da própria morte. A droga era o pagamento”, comentou o delegado.

Patrick foi assassinado de forma brutal, dentro de uma casa, na Vila Pinheiros. O imóvel também foi alvo da operação desta quinta. O crime foi gravado pelos criminosos. O motorista teve o pescoço cortado, com uma faca, enquanto estava vivo e imobilizado, sem chance de defesa. A polícia conseguiu identificar a participação de duas mulheres e quatro homens na execução, além do mandante. A pessoa que encomendou a morte ainda não foi identificada. A droga que teria sido entregue como forma de pagamento pela execução, porções de maconha e crack, foi apreendida pelos policiais dias depois.

O veículo usado pela vítima, um Ônix branco, foi encontrado pela polícia no mesmo bairro dias depois. O carro ainda teria sido usado pelos criminosos em outro homicídio.

Balanço da operação

Foram cumpridas 74 ordens judiciais entre mandados de prisão, apreensão de menores, medidas cautelares e busca e apreensão nas cidades de Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Charqueadas e Canoas. Esse grupo é acusado de, pelo menos, 10 homicídios dos 21 que aconteceram em Rio Pardo. A suspeita da investigação é que, por exemplo, os criminosos saiam da Região Metropolitana para cometer o crime por lá. Até agora, 56 pessoas foram identificadas participando dos crimes, com funções que variam de traficante, transportador, segurança, informante e matador.

Foram presas 18 criminosos e um adolescente acabou apreendido.

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