A Delegacia de Polícia de Esteio deflagrou nesta terça-feira (22) a Operação Alforria. Os alvos eram um casal e o filho deles que faziam uma mulher de 51 anos de escrava e a mantinham em cárcere privado na Vila Barreira, no bairro Parque Primavera.
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O fato chegou até a Polícia Civil após uma denúncia anônima. De acordo com a delegada Luciane Bertoletti, que investigou o caso, o denunciante relatou que a vítima – portadora de necessidades especiais – era mantida por um casal em cárcere privado e submetida a todo o tipo de violência. O crime já perdurava há, pelo menos, cinco anos.
Os investigadores descobriram que os acusados eram vizinhos da vítima. Eles venderam a casa que ela residia e pegaram o seu cartão de benefício previdenciário. Em seguida, começaram as crueldades. Se arrastando, a mulher tinha que trabalhar o dia inteiro e era mantida, por mais de 15 horas, sem comida e bebida. Ela só ganhava caso concluísse todas as tarefas. Além disso, era proibida de utilizar o banheiro antes de terminar seus afazeres. Por causa disso, a vítima teve uma grave infecção, já que acabava urinando nas roupas.
Se já não bastasse a escravidão, os policiais descobriram que um adolescente de 16 anos, filho do casal, começou a estuprar a vítima. Os pais sabiam de tudo e ainda faziam a mulher usar cocaína. “As condições em que a vítima foi encontrada denotam a crueldade dos crimes praticados pelo casal”, relata a delegada.
O delegado regional Mario Souza, titular da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), ressalta que “foi uma situação terrível criminosa, a pessoa deficiente estava em uma situação de muito sofrimento”. Por causa da Lei de Abuso de Autoridade, o nome dos envolvidos e da vítima, não foram divulgados.