Traficante de Canoas é o líder do PCC no RS

Ele era responsável por administrar mais de R$ 12 milhões mensais de lucro com a venda de drogas

Um traficante de Canoas é considerado um dos líderes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele foi um dos alvos da Operação Irmandade deflagrada nesta terça-feira (20) no Rio Grande do Sul e em cinco estados do país.

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De acordo com a investigação, o criminoso é responsável pela logística de drogas e valores dentro da facção. Ele obedece a um baiano – criminoso que já está preso no Pará e que é apontado como um dos principais líderes do PCC –, lideranças da facção em São Paulo e um bandido que está na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC). O esquema que, no total envolve 45 pessoas, movimenta mais de R$ 12 milhões por mês com a venda de drogas.

O traficante de Canoas está em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, em Florianópolis – Santa Catarina. O nome dele não foi divulgado devido a Lei de Abuso de Autoridade.

Investigação

Além de descobrirem a lavagem de dinheiro com a venda de drogas, os policiais levantaram indícios de que a organização criminosa estava tentando se instalar definitivamente no Rio Grande do Sul.

Segundo o delegado Adriano Nonnenmacher, que é titular da Delegacia de Lavagem de Dinheiro do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), o dinheiro da venda de drogas no Rio Grande do era transferido para mais de cem contas bancárias que estão em nome de empresas laranjas de outros Estados. As provas dessa relação e da lavagem de dinheiro foram obtidas através de quebras de sigilo bancário e fiscal, análise de documentos, monitoramento policial e fotos de encontros entre os investigados.   

Os investigadores acreditam que para garantir drogas a 36 traficantes gaúchos, Baiano exigiu que eles realizassem depósitos com os lucros obtidos em, pelo menos, 200 ‘bocas de fumo’ do RS. De dentro da PASC, outro líder comandava a complexa rede de transações bancárias que era organizada pelo traficante de Canoas. Ele também garantia a distribuição e logística da droga que vinha de fora do Estado e era mandada pelo PCC. Após o recebimento, ficava responsável por pagar pelos entorpecentes via depósitos bancários em várias unidades federativas, mas também pela lavagem de dinheiro do lucro obtido pela facção gaúcha.

A polícia acredita que, para garantir remessas de drogas e armas para o grupo gaúcho distribuir, baiano exigiu que os traficantes passassem a realizar depósitos bancários com os valores obtidos em pelo menos 200 pontos de venda no RS. As transações foram feitas para pessoas jurídicas e físicas, todas laranjas, indicadas pelo líder da facção de SP. Nonnenmacher ressalta que tudo era gerenciado por três principais operadores financeiros, a mando do detento da Pasc, e usando uma complexa rede de transações bancárias envolvendo inúmeras pessoas.

Com o material apreendido, a polícia quer saber a dimensão deste esquema criminoso, se há mais pessoas envolvidas e também os valores das transações financeiras.  Do total de pessoas físicas e jurídicas investigadas, dois são de Foz do Iguaçu (Paraná), um está no Pará, outro em Porto Seguro (Bahia), e o restante é do Rio Grande do Sul. Há ainda empresas no Paraná e no Mato Grosso do Sul.

Ofensiva

Mais de 330 policiais foram as ruas para cumprir 252 ordens judiciais, sendo 72 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva e ordens de bloqueios de ativos financeiros, veículos e imóveis. No Rio Grande do Sul, os mandados estão sendo cumpridos em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Guaíba, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Estância Velha, Encruzilhada do Sul, Charqueadas, Montenegro e Quaraí. Além disso, as ordens também são cumpridas em Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Bahia e Pará. Até o momento, três criminosos foram presos.

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