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A investigação da Polícia Civil aponta que Angélica Tonini, de Arroio do Meio, foi morta porque não devolveu R$ 15 mil que o bandido havia lhe entregue para guardar. O crime ocorreu no dia 31 de janeiro, na Área de Lazer Pérola do Vale, em Arroio do Meio.
As informações sobre o crime que chocou a comunidade regional foram divulgadas em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (25), pelos delegados Dinarte Marshall e Shana Luft Hartz, em Arroio do Meio. Segundo a confissão do autor, ele conheceu a vítima por meio do companheiro dela, Thiago. Eles são colegas de trabalho.
Conforme a investigação, o dinheiro que seria de origem ilícita foi entregue para a vítima na quinta-feira e no sábado seguinte, quando o criminoso pediu de volta, a vítima disse que não poderia devolver. Não se sabe se ela apossou do dinheiro, se perdeu ou se ele foi tomado. Essa teria sido a motivação do crime, que segundo a investigação pode ter sido premeditado.
O autor do crime foi preso em casa na última quinta-feira (24), no bairro Bela Vista. Ele tem diversas passagens pela polícia e nove condenações. O delegado conta que inicialmente o homem negou participação no crime. Mas quando deparado com as provas, decidiu confessar para se beneficiar e relatou tudo que aconteceu desde os dias que antecederam, qual a motivação.
Segundo o depoimento, o criminoso está há dois anos na cidade e passou a consumir drogas há seis meses, inclusive com a vítima. Marshall relatou que o criminoso, durante relato, disse que entrou em desespero quando soube que Angélica não devolveria o dinheiro, pois teria de “prestar contas desse dinheiro”.
Por isso, chamou ela para conversar sobre o dinheiro, e ambos teriam consumido drogas no parque. Conforme o delegado, o criminoso disse que teria decidido matar a vítima no calor da discussão. No entanto, a investigação aponta que o crime pode ter sido premeditado, visto que o assassino foi visto em imagens indo sozinho ao parque momentos antes para supostamente analisar a área.
O assassinato
As informações prestadas pelo criminoso conferem com a perícia, afirma Marshall. Em depoimento, o criminoso disse que deu um golpe na cabeça da vítima e a asfixiou, e depois arrastou o corpo para o matagal quando ela ainda respirava. Na sequência, deu mais golpes na cabeça. Os laudos confirmam a versão do criminoso.
Após, o homem saiu pela parte dos fundos do parque, subiu por ruas secundárias atrás da Corsan, caminhou em algumas ruas, entrou numa lancheira pediu uma água, fumou um cigarro e depois de algum tempo foi para casa. Todo o trajeto que ele percorreu após o crime foi mapeado pela polícia. No outro dia ele vendeu o aparelho celular roubado. Agora a polícia tentará ver as mensagens apagadas do celular dela.
O autor do crime disse estar arrependido, e que voltou a consumir drogas porque estava desesperado. A delegacia tem mais oitavas e questões técnicas, mas acredita-se que o crime já está esclarecido.
Trabalho conjunto e apoio da comunidade
A Polícia Civil conseguiu elucidar de forma ágil o caso do homicídio que acabou com a tranquilidade e paz em Arroio do meio em 18 dias. Delegado Marshal ressaltou o trabalho dos dois agentes da delegacia. “A vítima trabalhava com coleta de reciclagem e chamava atenção pela beleza. Tinha desejo de ser modelo, algo que as pessoas próximas falavam”.
Ressalta que o pessoal da delegacia analisou mais de 120 horas de vídeos, e que ampliaram o raio de busca em toda cidade. Delegado se diz surpreso pelo apoio da comunidade que cedeu imagens, e ainda agradecido por uma empresa de marketing e audiovisual ter feito o melhoramento das imagens.
Com técnicas de crimes cibernéticos se obteve a identificação da casa do suspeito e autoria. O delegado elogiou também o trabalho do MP e juiz que deferiram pedidos no mesmo dia. “Eles garantiram a celeridade e sucesso da investigação”.