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A dedicação e a longa jornada de estudos rendeu frutos. Dos três estudantes da Emef Paulo Freire que participaram da etapa nacional da 7° Olimpíada Brasileira de Geografia e 5° Olimpíada Brasileira de Ciências da Terra, um conquistou a medalha de bronze. As olimpíadas foram realizadas desde a última quinta-feira (24) até este domingo (27), no Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Campinas (SP).
Os alunos Eric Mateus Rodrigues Borges, Gustavo de Fraga Lima e Vitor Ezequiel de Oliveira Matos chegaram até a etapa 3, fase presencial que contou com atividades teóricas e práticas, incluindo atividades de campo e uma pré-seleção da Equipe da Olimpíada Internacional de Geografia (iGeo 2023), em Bandung, Indonésia. O estudante Eric Mateus Rodrigues Borges, do 9° ano da Emef Paulo Freire, no bairro Guajuviras, conquistou a medalha de bronze na 7° Olimpíada Brasileira de Geografia e relata a experiência de representar Canoas: “Participar da Olimpíada foi incrível porque eu conheci pessoas de outros lugares, outras culturas e outros sotaques. E receber a medalha foi muito gratificante, mostra o nosso esforço em representar o nosso Estado, o lugar que tu moras, onde cresceu e principalmente, as tuas raízes”, destaca.
É a primeira vez que a Emef Paulo Freire participa da Olimpíada em seus sete anos de fundação. A diretora, Elizabete Oliveira de Paula Fettuccia, destaca que o resultado evidencia a valorização do professor e da escola pública municipal. “A nossa escola é a mais nova do município e esta classificação é um incentivo para todos, estudantes, professores e família. Estamos realizados, pois estamos vivendo um sonho desejado para esta comunidade e famílias”.
Conforme Elizabete, chegar na etapa nacional foi um sonho realizado. “Sinto orgulho da nossa escola pública, principalmente após dois anos de pandemia. Os estudantes foram concorrer com alunos de escolas particulares, institutos federais e colégios militares e mostraram o seu potencial”.
A professora do 6° ao 9° ano, Márcia Rejane Farias da Silva Braga Costa atribui o ótimo desempenho dos alunos à dedicação de cada um deles. “Desde o início eles se dedicaram, fizemos um grupo de estudos na escola e no Whatsapp. Os guris sempre motivados, mandando mensagens e perguntas, eu enviando materiais e nós estudando, trocando ideias”.
Apoio e orgulho
Além da dedicação dos alunos, houve incentivo e apoio financeiro para que o grupo chegasse em Campinas. Conforme a secretária da Educação, Beth Colombo, Canoas foi muito bem representada e o sentimento é de orgulho para todos. “Eles se dedicaram e alcançaram os conhecimentos necessários para chegarem até lá, coube a Secretaria Municipal da Educação incentivar e oportunizar a ida do grupo para a realização das provas”.
Fé no potencial
Para os estudantes que sentem vontade de participar de olimpíadas mas não se sentem capazes, Eric deixa a seguinte mensagem: “É só olhar aonde a gente chegou. Alunos de escola pública, de periferia, somos do 9° ano e competimos com pessoas do 3° ano do ensino médio. Focamos em acreditar no nosso potencial, chegar lá e dizer: a gente pode, a gente vai conseguir. Todos os alunos podem crer no seu potencial e é muito importante o apoio da família, porque a família é quem nos estimula a continuar e seguir em frente”.
Obmep
A iniciativa é da Universidade Federal de Alfenas (MG) e tem como público-alvo estudantes de instituições de educação básica das redes públicas e particular de todo o Brasil. Ao longo das atividades, os participantes demonstraram a capacidade de análise e interpretação dos fenômenos geográficos e geocientíficos de modo integrado, expressos nas metodologias de ensino e aprendizagem contidas na formação dos estudantes.
Os premiados têm direito a uma bolsa e registro no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), como pesquisador júnior por um ano e bolsa de incentivo ao ingressar na universidade, além de inserção em mestrado na área de exatas.
