Trabalhando em BrasĂlia desde novembro, Anderson Dorneles conseguiu mais uma. Na diplomação de Lula em 12 de dezembro, ele teve a confirmação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral de que a corte faria o julgamento atĂ© sexta, 16, do recurso do Avante para validar os votos gaĂșchos do partido que estavam sob risco de anulação. Uma vez que recebessem o ‘ok’ do TSE para serem contabilizados, garantiriam o nĂșmero necessĂĄrio para que o Avante fosse o 13Âș partido da RepĂșblica a superar a clĂĄusula de barreira.
Foi o que aconteceu. E, assim, o 70 do Avante ganhou cores de 13 – ou dĂ©cimo terceiro, deixando a jocosidade de lado.
Para se ter uma ideia, o Novo, que fez o segundo deputado federal mais votado do Rio Grande do Sul, não atingiu a temida clåusula e sofrerå restriçÔes previstas pela lei, como corte dos recursos partidårios e do tempo gratuito de rådio e TV. Dos 28 partidos ou federaçÔes que disputaram as eleiçÔes de outubro, apenas 12 haviam superado a clåusula de barreira: MDB, PDT, PL, Podemos, PP, PSB, PSD, Republicanos, União Brasil e as federaçÔes PT-PV-PCdoB, PSDB-Cidadania e Rede-Psol.
A medida previa que os partidos tinham que eleger ao menos 11 deputados federais, distribuĂdos por no mĂnimo nove estados, ou receber 2% dos votos vĂĄlidos para a CĂąmara dos Deputados, distribuĂdos por ao menos nove estados, com pelo menos 1% de votos vĂĄlidos em cada um deles.
Embora o Avante nĂŁo tenha conseguido eleger ninguĂ©m no RS, seus votos por aqui acabaram decisivos para a sobrevivĂȘncia nacional do partido. O deputado federal mineiro AndrĂ© Janones, o ‘tuiteiro’ que deu uma baita mĂŁo para Lula vencer o pesado ataque das milicias digitais desde o primeiro turno, Ă© o mais agradecido. O plano dele Ă© nĂŁo participar do governo do presidente eleito e começar desde jĂĄ a caminhada pelo paĂs de olho na prĂłxima eleição presidencial. E sem fundo partidĂĄrio nem tempo de TV, jĂĄ era.