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A PolĂcia Federal (PF) identificou participantes de uma quadrilha de trĂĄfico internacional que atuava no Aeroporto de Guarulhos, em SĂŁo Paulo, roubando etiquetas de bagagens de passageiros comuns e colocando-as em malas carregadas de drogas com destino ao exterior. Uma operação prendeu 17 pessoas do bando, ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), nesta semana.
Segundo o programa FantĂĄstico, da TV Globo, um dos lĂderes do esquema criminoso Ă© Fernando Reis, o Brutus, acusado de planejar uma das açÔes de envio de droga para o exterior que acabou frustrada pela PF. Ele alega inocĂȘncia.
Investigadores afirmam que a quadrilha cooptava toda a cadeia de funcionårios do aeroporto de São Paulo e de companhias aéreas ligadas ao transporte das malas.
Entre os presos, estão Carolina Pennachiotti, de 35 anos, contratada pela empresa WFS Orbital, que presta serviços no aeroporto, e Tamiris Zacharias, 31, funcionåria da Gol Linhas Aéreas.
Elas seriam responsĂĄveis por fazer check-in falso para que malas carregadas de cocaĂna conseguissem chegar Ă ĂĄrea restrita do aeroporto. Carolina nega as acusaçÔes. JĂĄ Tamiris teria confessado o crime Ă PF.
Na årea restrita do Aeroporto de Guarulhos, outros participantes ficavam responsåveis por trocar as etiquetas de identificação das bagagens. Essa é a acusação contra os funcionårios Deivid Souza Lima e Pedro Venùncio, que também foram detidos.
Em abril, na primeira fase da operação, foram presos sete funcionårios do aeroporto envolvidos na troca das etiquetas.
Malas de cocaĂna
De acordo com o delegado da PF Felipe FaĂ© Lavareda, a quadrilha Ă© ligada ao PCC e fazia o check-in de malas clandestinas com cocaĂna. Para que as bagagens nĂŁo fossem interceptadas, o bando colocava nelas etiquetas retiradas de passageiros comuns.
âO check-in irregular da mala Ă© geralmente em balcĂŁo desativado. A gente tinha ali os funcionĂĄrios do check-in e toda a cadeia de trabalho da parte restrita do aeroporto cooptados. Isso inclui quem dirige os carrinhos com as malas atrĂĄs, quem tira as malas das esteiras, quem carrega a mala no aviĂŁo. Todo mundoâ, disse o delegado apĂłs a operação.
Segundo Felipe Lavareda, a mala verdadeira, que tinha a etiqueta retirada, muitas vezes chegava ao destino correto, de modo que os passageiros nem percebiam a irregularidade.
âEntra uma mala clandestina, que usa a etiqueta de uma mala correta, sĂł para poder entrar no aviĂŁo. EntĂŁo ficava com uma mala a mais. Ăs vezes, perde a mala verdadeira, mas Ă s vezes vai para o destino normal.â
Brasileiras presas
O esquema ganhou repercussĂŁo quando veio Ă tona, em abril, o caso de duas passageiras de GoiĂąnia (GO) que tiveram as bagagens trocadas por malas com cocaĂna e foram presas por trĂĄfico internacional de drogas em Frankfurt, na Alemanha, em 5 de março.
As malas de Jeanne Cristina Paolini Pinho e KĂĄtyna BaĂa foram despachadas no Aeroporto Santa Genoveva, em GoiĂąnia, mas as etiquetas com seus nomes foram colocadas em malas carregadas de drogas dentro do Aeroporto Internacional de SĂŁo Paulo, em Guarulhos.
Cada bagagem tinha cerca de 20 quilos de cocaĂna. As malas originais das passageiras nunca foram encontradas.