Uma nova diretriz da Sociedade Europeia de Cardiologia passou a considerar a pressão de “12 por 8” alta. Anteriormente, era considera alta quando os valores das pressões máxima e mínima eram iguais ou ultrapassavam os “14 por 9” (140/90 mmHg).
De acordo com o instituto, a atualização traz mudanças no diagnóstico e tratamento da doença. Com isso, a pressão ideal passa a ser de “12 por 7” ou 120/70mmHg.
Com a alteração, conforme a Sociedade Europeia de Cardiologia, é introduzida uma nova forma de categorizar a pressão arterial. São eles:
- Pressão arterial não elevada: abaixo de “12 por 7”;
- Pressão arterial elevada: entre “12 por 7” até “14 por 9”;
- Hipertensão arterial: maior que “14 por 9”.
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“Esta nova categoria de pressão arterial elevada reconhece que as pessoas não passam de pressão arterial reconhece que as pessoas não passam de pressão arterial normal para hipertensa da noite para o dia”, afirma Bill McEvoy, professor da Universidade de Galway, na Irlanda, em comunicado à imprensa.
Pressão “12 por 8” agora é considerada alta: monitoramento
A nova abordagem no controle da pressão arterial traz mudanças importantes que podem beneficiar diferentes grupos de pacientes, especialmente aqueles em maior risco de doenças cardiovasculares, como os diabéticos. Segundo a médica Fernanda Consolim Colombo, da Unidade de hipertensão do InCor, manter a pressão arterial alta sem tratamento eleva significativamente as chances de problemas cardíacos sérios, como insuficiência cardíaca, placas nas coronárias e carótidas, infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças renais.
Para Consolim-Colombo, as novas diretrizes, que incluem a categoria “pressão arterial elevada”, representam um avanço. “Quanto mais cedo o paciente é alertado sobre a pressão arterial alterada, mais cedo o médico pode cobrar mudanças de estilo de vida”, afirmou à CNN. Essas diretrizes ainda mantêm a definição de hipertensão arterial para pressões iguais ou superiores a 14 por 9. “O diagnóstico permanece o mesmo, com hipertensão a partir de 140/90 mmHg”, reforça Consolim-Colombo.
A personalização do tratamento agora considera tanto o nível da pressão arterial quanto o risco de doenças cardiovasculares. Pacientes com pressão acima de 140 mmHg devem iniciar o tratamento, que combina medicamentos e mudanças no estilo de vida, independentemente de outros fatores de risco. As recomendações de estilo de vida incluem redução de sal, consumo adequado de potássio, atividade física regular, perda de peso e abandono do tabagismo.
Embora essas práticas sejam essenciais, o uso de medicamentos continua sendo a principal indicação para quem tem hipertensão.
Para pacientes com pressão entre 12 por 7 e 14 por 9, as diretrizes sugerem uma avaliação adicional do risco cardiovascular para orientar a terapia. Nesse grupo, pacientes sem risco aumentado são orientados a focar em mudanças de estilo de vida por 6 a 12 meses, com a possibilidade de tratamento medicamentoso caso não haja melhora. Para aqueles com alto risco, o tratamento farmacológico é indicado após três meses de intervenção no estilo de vida, se a pressão arterial estiver igual ou acima de 130 por 80 mmHg.
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Recomendações práticas para medir a pressão arterial também fazem parte das novas orientações. Em casa, o ideal é realizar duas medições com intervalo de 1 a 2 minutos, duas vezes ao dia, em horários fixos, por no mínimo três dias e, no máximo, sete dias. A média dos resultados deve ser calculada, e, se o valor estiver próximo do limite, o monitoramento deve se estender pelos sete dias completos. A medição deve ocorrer em um ambiente calmo, com o paciente em repouso e o braço devidamente apoiado.
No consultório, o procedimento recomenda ao paciente evitar atividades físicas e bebidas estimulantes 30 minutos antes da mediação. A pressão deve ser aferida com o paciente sentado, costas e braços apoiados, e em ambos os braços, com intervalo de 1 a 2 minutos entre cada mediação.