No Parque Estadual do Turvo, no Rio Grande do Sul, é onde um macho de onça-pintada encontra seu último refúgio. Esse grande felino, que depende de vastos territórios para sobreviver, tem Yaboti, como o único representante de sua espécie na região.
Ele ocupa cerca de 80 km² de território na Mata Atlântica. Em 2018, o parque abrigava três machos, mas, segundo um estudo recente de pesquisadores do Instituto Curicaca e do BiMaLab da UFRGS, Yaboti é o último sobrevivente dessa população. Contudo, o Jonas, caçado em maio de 2019, e o Turuna, em julho de 2021, foram os últimos dois colegas de Yaboti.
Uma onça-pintada sem fronteiras
Atualmente, Yaboti não tem fronteiras. Ele circula entre o Brasil e a Argentina, atravessando o Parque Provincial Moconá e a Reserva da Biosfera. Este macho faz parte de uma subpopulação de onças-pintadas que ocupa o Corredor Verde, uma área de proteção que se estende pelo Brasil, Argentina e Paraguai, incluindo o Parque Nacional do Iguaçu.
Em vídeos e fotos, o Insituto Curicaca registra Yaboti vagando sozinho pela floresta. Estudos realizados por pesquisadores argentinos mostram que ele é o único macho da espécie a habitar o território argentino, do outro lado do Salto do Yucumã.
Sua busca por uma fêmea para perpetuar a espécie tem sido em vão. A longo prazo, há esperança de que outro macho possa chegar ao território, mas as fêmeas não surgem por ali.
De acordo com o Curicaca, a solidão e a possível extinção dessa espécie são, em grande parte, responsabilidade do todos. “Somos caçadores quando fazemos disparos, cúmplices quando nos calamos e omissos quando ignoramos a situação”.
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