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25 de agosto de 2025

“Mago do Leite” usava soda cáustica para produzir leite vendido em supermercados

O Ministério Público do Rio Grande do Sul voltou a prender o químico industrial conhecido como “mago do leite”, durante a 13ª fase da Operação Leite Compensado

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) voltou a prender o químico industrial conhecido como “mago do leite”, durante a 13ª fase da Operação Leite Compensado, realizada nesta quarta-feira (11). Essa é a segunda vez que o homem é alvo das investigações.

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Ele já havia sido detido na 5ª fase da operação, em 2014, por adicionar soda cáustica, bicarbonato de sódio e água oxigenada em produtos lácteos de uma indústria em Imigrante, no Vale do Taquari. Apesar disso, o químico conseguiu escapar de condenações anteriores, com absolvições e processos ainda pendentes. Ele aguardava, há dois anos, a instalação de uma tornozeleira eletrônica, medida determinada pela Justiça de Teutônia.

“Mago do Leite” usava soda cáustica para produzir leite vendido em supermercados

As fraudes do “Mago do Leite”

De acordo com o promotor de Justiça Mauro Rockenbach o Seewald, agora preso em Taquara, aprimorou suas técnicas ao longo dos anos. Ele sabia exatamente a proporção de soda cáustica necessária para evitar que os ajustes químicos no leite fossem detectados nos exames iniciais. Essas fraudes envolviam a manipulação do pH para reduzir a acidez e a utilização de produtos como água oxigenada para mascarar a deterioração dos alimentos.

“A soda cáustica é extremamente volátil, o que dificulta sua detecção nos testes. Isso torna o trabalho de fiscalização ainda mais desafiador”, explicou Rockenbach durante coletiva de imprensa.

Prisões e novos indícios

Além de Seewald, o MPRS prendeu o sócio-proprietário da indústria, localizado em São Paulo, e dois gerentes. Ao todo, 110 agentes cumpriram quatro mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em cidades como Taquara, Parobé, Três Coroas e São Paulo.

Além disso, durante as operações, as autoridades encontraram indícios alarmantes, como “pelos indefinidos” e pontos de sujeira dentro das embalagens dos produtos. A fábrica em questão, localizada em Taquara, contratou Seewald como consultor técnico, mesmo com seu histórico de fraudes anteriores.

Risco à saúde e distribuição nacional

Os produtos adulterados pela indústria de Taquara não se limitavam ao Rio Grande do Sul. Segundo os promotores, eles foram distribuídos em todo o Brasil e até na Venezuela. A empresa também participou e venceu licitações para fornecer laticínios a escolas, incluindo contratos recentes em cidades paulistas.

Além disso, o produto já chegou a ser vendido em Canoas por menos de R$ 2.

Embora a Justiça ainda não tenha autorizado a divulgação das marcas envolvidas, as autoridades reforçam a importância de maior fiscalização. “Estamos lidando com uma fraude que impacta a saúde pública de forma direta, com riscos graves à população”, alertou Rockenbach.

Agência GBC
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