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14 de fevereiro de 2025

Bolo envenenado: ameaçada por detentas, suspeita será transferida de penitenciária

A mulher suspeita de matar familiares com bolo envenenado deverá ser transferida de penitenciária após ser ameaçada por outras detentas

Deise Moura dos Anjos será transferida do Presídio Feminino de Torres para a Penitenciária Feminina de Guaíba. Presa desde 5 de janeiro por suspeita matar três pessoas com bolo envenenado na véspera de Natal, ela deve deixar a unidade nos próximos dias.

A transferência já havia sido solicitada em 22 de janeiro e autorizada pelo juiz Jefferson Torelly Riegel na última quinta-feira (25). No entanto, até o momento, Deise continua detida em Torres e não há prazo para a mudança.

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Presídio diz não ter estrutura para garantir segurança de mulher acusada de matar familiares com bolo envenenado

A direção do Presídio Feminino de Torres argumenta que a unidade não tem estrutura para garantir a segurança de uma detenta com o perfil de Deise. O local não possui ala de isolamento, e a superlotação agrava a situação. Atualmente, há 73 presas para apenas 54 camas, o que obriga 19 mulheres a dormirem no chão.

Além disso, manter Deise isolada dificulta a separação de presas com doenças transmissíveis, colocando em risco a saúde da população carcerária. A prorrogação da prisão temporária da investigada por mais 30 dias aumentou ainda mais a necessidade da transferência.

Deise sofre ameaças de outras presas

De acordo com apuração do Correio do Povo, Deise está sendo ameaçada por outras presas. A administração do presídio confirmou que as detentas demonstram indignação com o crime atribuído a ela, que ganhou grande repercussão na mídia.

“As presas relatam inconformidade com a conduta imputada a Deise. Ameaças e xingamentos ocorrem pela janela da cela 01 durante o pátio de sol”, informou a direção do presídio.

Para evitar ataques, Deise tem direito a apenas uma hora de pátio por dia, em um turno separado das demais detentas. A avaliação dos agentes penitenciários é de que as ameaças aumentaram após os exames apontarem arsênio no filho de Deise, uma criança de 9 anos, além da contaminação de outro menino, filho de uma das vítimas.

“A maioria das detentas não costuma aceitar crimes que envolvem crianças”, afirmou um agente penitenciário.

A Polícia Civil segue investigando o caso.

Quem é quem no caso do bolo envenenado com arsênio

Deise Moura dos Anjos: suspeita central, Deise é acusada de envenenar o bolo que matou três pessoas e deixou outras duas hospitalizadas. Ela também é suspeita de envenenar seu pai e seu sogro com arsênio. A polícia encontrou evidências de suas pesquisas sobre arsênio em seu celular. Deise está presa preventivamente e enfrenta acusações de triplo homicídio qualificado e tripla tentativa de homicídio.

Zeli dos Anjos: sogra de Deise e responsável por preparar o bolo envenenado. Zeli sobreviveu ao envenenamento mesmo após ter sido a única da família que comeu dois pedaços da sobremesa. Ela chegou a ficar internada no hospital mas já recebeu alta. A polícia acredita que ela era o principal alvo de Deise.

Neuza Denize Silva dos Anjos: irmã de Zeli e uma das vítimas fatais. Ela tinha desentendimentos com Deise, relacionados à antipatia da suspeita com sua filha, Tatiana.

Tatiana Denize: prima de Deise, Tatiana foi uma das vítimas fatais. A investigação aponta que Deise nutria ressentimentos banais em relação a Tatiana, como a realização de seu casamento em uma igreja desejada por Deise.

Matheus: sobrinho-neto de Zeli, Matheus sobreviveu ao envenenamento e foi o primeiro a receber alta do hospital. A polícia acredita que ele não era um alvo direto de Deise.

Paulo Luiz dos Anjos: sogro de Deise, envenenado com arsênio possivelmente por meio de leite em pó em setembro de 2024. Seu corpo foi exumado, confirmando a presença do veneno.

José Lori da Silveira Moura: pai de Deise, supostamente envenenado com doses menores de arsênio ao longo do tempo. A polícia planeja exumar seu corpo para confirmação.

Diego Silva dos Anjos: marido de Deise, filho de Zeli e Paulo Luiz. Até o momento, a Polícia Civil descartou o envolvimento de Diego nos envenenamentos.

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