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Canoas
14 de fevereiro de 2025

“Meu filho tinha um coração muito bom”, diz mãe de jovem atropelado e morto por motorista em Canoas

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas investiga o caso como homicídio doloso

“Meu último grito entalado”, afirma a mãe de Guilherme Joaquim da Silva de 19 anos, atropelado e morto por um motorista na avenida Boqueirão, em Canoas, ao pintar a palavra Justiça no local em que ocorreu o crime na última sexta-feira (31). Nesta terça (4), Franciele da Silva pegou uma tinta e foi novamente até o local: “uma mãe não espera”, comenta.

Com o capacete e a mochila de entrega, objetos usados pelo filho diariamente, Franciele recorda todos os sonhos dele.

“Guilherme era muito sonhador, esforçado e trabalhador. Ele tinha o sonho de fazer 18 anos, tirar a carteira e comprar uma moto. Ele trabalhava desde os 13 anos”, comenta ao recordar que o sonho do filho mais velho sempre foi ter uma moto própria. “Quando ele tirou a carteira, aos 18 anos, ele alugou uma motocicleta para conseguir trabalhar como motoboy. Em outubro, ele conseguiu realizar o sonho dele e comprar uma motocicleta zero quilômetro.”

Franciele não morava junto com o filho mais velho desde o último ano. Ela se mudou para Florianópolis, em Santa Catarina. A mãe até tentou levar Guilherme. Porém, maior de idade, ele não quis ir, mas chegou a ir por pouco tempo. Porém, logo em seguida, retornou para o Rio Grande do Sul. “Ele foi, mas logo ele veio. O sonho dele era a moto e casar com a Lívia (namorada que estava junto com Guilherme no momento do crime).”

Nos últimos meses, após a mudança, Franciele recorda uma das frases que o jovem mais falava para ela: “eu vou te dar muito orgulho ainda, mãe.”

“Guilherme não tinha tristeza. Meu filho tinha o coração muito bom.”

“Meu filho sentiu que ia acontecer alguma coisa”, diz mãe de jovem atropelado e morto por motorista em Canoas

Guilherme foi atropelado e morto por um motorista na Avenida Boqueirão, em Canoas. O caso é tratado pela Polícia Civil como homicídio doloso (saiba mais abaixo).

“Meu filho sentiu que ia acontecer alguma coisa. Porém, ele não sabia o porque”, diz Franciele ao comentar que testemunhas relataram que o motorista já tinha tentado derrubar os jovens da motocicleta. A mãe do jovem ainda ressalta que “se não fosse meu filho, seria outro.”

Agora, além de pedir justiça, a professora que é casada e mãe de mais dois filhos quer levantar a bandeira para defender motociclistas e motoboys. “Quero levantar essa bandeira. Motoboy não é vagabundo. Motoboy é trabalhador”, destaca.

Entenda o caso

Guilherme Joaquim da Silva de 19 anos morreu após ser atropelado na Avenida Boqueirão, em Canoas, na última sexta-feira (31). O motorista que cometeu o crime foi preso em flagrante.

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas investiga o caso como homicídio doloso.

Conforme informações da polícia, Guilherme estava pilotando a motocicleta com a namorada na carona. Próximo ao cruzamento com a rua AJ Renner, o jovem foi atingido pelo veículo. O motociclista não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Já a namorada, sofreu ferimentos e precisou de atendimento médico.

Imagens de uma câmera de monitoramento mostram o momento em que o veículo derruba as vítimas e passa por cima de Guilherme.

Logo após o crime, o motorista fugiu do local. Pouco tempo depois, ele teria levado o carro até uma oficina mecânica. A cena também foi flagrada por uma câmera de monitoramento.

Preso em flagrante, Fernando Ávila Molossi de 51 anos, foi autuado em flagrante por homicídio doloso com motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. A reportagem da GBC tenta contato com a defesa dele, mas ainda não obteve retorno.

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