Deise Moura dos Anjos, acusada de envenenar familiares com um bolo envenenado com arsênio, foi encontrada morta nesta quinta-feira (13) na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, no Rio Grande do Sul. Conforme informações da CNN, a morte aconteceu menos de 24 horas depois que seu marido, Diego dos Anjos, comunicou que queria o divórcio.
Relação desgastada
Durante as investigações sobre o envenenamento na véspera de Natal de 2024, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul interrogou Diego. Ele revelou que o relacionamento com Deise estava desgastado há meses.
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Os investigadores já apontavam Deise como a principal suspeita pelo envenenamento do sogro, Paulo Luiz dos Anjos. Exames comprovaram que ele ingeriu arsênio no leite em pó e morreu em setembro. Diego contou que, desde a perda do pai, o casamento nunca mais foi o mesmo.
Em depoimento, Diego afirmou que cogitava se separar, mas adiava a decisão por causa do filho do casal. Segundo ele, Deise tinha um temperamento explosivo e se irritava com facilidade. Ele mencionou um episódio em novembro de 2024, quando saiu de casa após uma briga e passou a noite na casa da mãe. O relato dele também indicou que a esposa controlava as finanças da família e fazia transações financeiras sem sua participação.

Quem foi a mulher acusada de matar familiares com bolo envenenado
Deise Moura dos Anjos estava presa preventivamente desde 5 de janeiro de 2025, acusada de triplo homicídio e tentativas de homicídio.
Nas redes sociais, ela compartilhava momentos com o filho de 10 anos e uma afilhada, a quem chamava de “a filha que não teve”. Em 2023, publicou uma imagem do personagem Coringa com a frase: “Quando for falar mal de mim, aproveita e fala todas as coisas boas que fiz quando você precisou”.
Em outra postagem, destacou a importância da família e chamou a mãe de “porto seguro”. Gaúcha de 42 anos, Deise torcia para o Grêmio e trabalhava como contadora.
Quem é quem no caso do bolo envenenado com arsênio
Deise Moura dos Anjos: suspeita central, Deise era acusada de envenenar o bolo que matou três pessoas e deixou outras duas hospitalizadas. Ela também era suspeita de envenenar seu pai e seu sogro com arsênio. A polícia encontrou evidências de suas pesquisas sobre arsênio em seu celular. Deise estava presa e enfrentava acusações de triplo homicídio qualificado e tripla tentativa de homicídio.
Zeli dos Anjos: sogra de Deise e responsável por preparar o bolo envenenado. Zeli sobreviveu ao envenenamento mesmo após ter sido a única da família que comeu dois pedaços da sobremesa. Ela chegou a ficar internada no hospital mas já recebeu alta. A polícia acredita que ela era o principal alvo de Deise.
Neuza Denize Silva dos Anjos: irmã de Zeli e uma das vítimas fatais. Ela tinha desentendimentos com Deise, relacionados à antipatia da suspeita com sua filha, Tatiana.
Tatiana Denize: prima de Deise, Tatiana foi uma das vítimas fatais. A investigação aponta que Deise nutria ressentimentos banais em relação a Tatiana, como a realização de seu casamento em uma igreja desejada por Deise.
Matheus: sobrinho-neto de Zeli, Matheus sobreviveu ao envenenamento e foi o primeiro a receber alta do hospital. A polícia acredita que ele não era um alvo direto de Deise.
Paulo Luiz dos Anjos: sogro de Deise, envenenado com arsênio possivelmente por meio de leite em pó em setembro de 2024. Seu corpo foi exumado, confirmando a presença do veneno.
José Lori da Silveira Moura: pai de Deise, supostamente envenenado com doses menores de arsênio ao longo do tempo. A polícia planeja exumar seu corpo para confirmação.
Diego Silva dos Anjos: marido de Deise, filho de Zeli e Paulo Luiz. Até o momento, a Polícia Civil descartou o envolvimento de Diego nos envenenamentos.