A Polícia Civil deflagra, na manhã desta terça-feira (18), uma megaoperação contra o crime organizado em Canoas e outras cidades do Rio Grande do Sul. Os agentes cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão para desarticular uma facção criminosa envolvida no tráfico de drogas, extorsões e agiotagem.
A ofensiva, batizada de Operação Porta Fechada, ocorre em 23 municípios e atinge também três outros Estados.
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Polícia Civil faz operação contra facção que ordena crimes de dentro de presídios: objetivo
Conforme o delegado Carlos Wendt, diretor do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), os policiais apreenderam drogas, armas e veículos durante as ações. “As investigações revelaram uma organização criminosa altamente estruturada e especializada em diversos crimes. Nosso objetivo é descapitalizar o grupo e retirar de circulação seus principais integrantes”, afirmou à GZH.

Os mandados em Canoas miram suspeitos que ocupam posições estratégicas dentro da facção. De acordo com a delegada Ana Flávia Leite, do Denarc, os criminosos utilizavam empresas de fachada para lavar dinheiro. “Identificamos o uso de empresas lícitas para incorporar e movimentar valores dentro da organização. Algumas delas, inclusive, gerenciam cantinas em presídios”, detalhou à GZH.
Mais esquemas de golpes
Além do tráfico de drogas, a organização mantinha um esquema de golpes e extorsões. Segundo a delegada, os criminosos aplicavam fraudes para obter dinheiro de vítimas e transferiam os valores para contas de “laranjas”. “Os alvos da operação são os responsáveis por essas transações financeiras, além de transportadores, gerentes e lideranças do esquema dentro das cadeias”, explicou à GZH.
As investigações revelaram que os chefes da facção davam ordens de dentro dos presídios, comandando o tráfico e as fraudes à distância. Uma das frentes analisadas pela Polícia Civil envolve uma empresa do setor alimentício que fornecia produtos para as cantinas de prisões gaúchas. As autoridades suspeitam que parte do dinheiro desviado pela quadrilha abastecia essa empresa.
Outro ponto investigado é o transporte de grandes quantidades de drogas. Em uma apreensão ocorrida em junho do ano passado, a Polícia Rodoviária Federal encontrou cinco toneladas de maconha escondidas no tanque de uma carreta na BR-386, em Sarandi. A carga, avaliada em pelo menos R$ 10 milhões, tinha como destino a Região Metropolitana de Porto Alegre.
Mandados em outros estados
A Operação Porta Fechada cumpre, ao todo, 41 mandados de prisão e 45 de busca e apreensão. Mais de 200 policiais participam da ação, que ocorre em cidades gaúchas como Porto Alegre, Viamão, Guaíba, Sapucaia do Sul, Esteio, Novo Hamburgo e São Leopoldo. Além disso, agentes também atuam em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso para prender integrantes da facção e apreender bens ligados ao grupo criminoso.