O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) aplicou na última quarta-feira (19) a interdição cautelar total ao médico André Lorscheitter Baptista de Canoas. Baptista é acusado de matar a esposa em 2024.
De acordo com o órgão, o médico teve o registro profissional suspenso e está proibido de exercer a medicina por seis meses. O Conselho Federal de Medicina (CFM) homologou a decisão.
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André está preso na Penitenciária de Canoas desde outubro do ano passado pelo feminicídio de Patrícia Rosa dos Santos.
A reportagem da GBC tenta contato com a defesa do médico.
Médico acusado de matar a esposa em Canoas: entenda o caso
O crime aconteceu no dia 22 de outubro. De acordo com a Polícia Civil, o homem teria ligado para a família da vítima, que era enfermeira, e comunicou que ela estava morta. Imediatamente, os familiares foram até o apartamento em que o casal vivia. Ao chegarem no local, o suspeito já tinha um atestado de óbito, assinado por um outro médico, informando que a causa da morte teria sido um infarto agudo do miocárdio.
Ainda, conforme a polícia, a família não teria acreditado e acionou a polícia exigindo uma autópsia.
“A família desconfiou de um atestado médico que ele mesmo conseguiu de outro médico do SAMU. Então, uma vez atestado esse óbito por parada cardiorrespiratória, a família não concordou porque a vítima tinha 41 anos, não tinha comorbidades, não tinha nenhuma doença pré-existente, não tinha nenhum histórico de cardiopatia, nada disso. Eles procuraram a Delegacia de Homicídios comentando que o comportamento do marido dela estava muito estranho e acreditavam que ele tinha matado e envenenado a enfermeira”, afirma o delegado Arthur Hermes Reguse, titular da DHPP Canoas.

Veja vídeo que mostra prisão de médico
Sorvete com medicação para dormir
Próximo ao corpo, ainda de acordo com a polícia, os agentes encontraram um pote de sorvete. O material foi submetido a perícia. Peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) encontraram zolpidem misturado no alimento. O preso teria utilizado o medicamento para dopar a vítima.
Além disso, Reguse destaca que o local do crime onde o médico matou a esposa em Canoas, chamou a atenção dos policiais.
“O corpo havia sido movido do local. Havia um pote de sorvetes que ele alegava que ela tinha consumido, mas não estava junto ao corpo. O telefone celular dela, ele disse que não sabia onde estava. Enfim, vários detalhes que chamaram a atenção dos policiais. Inclusive, a questão da mochila dele chamou a atenção. Ele tinha retirado minutos antes, conforme verificamos nas câmeras de monitoramento.”