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21 de maio de 2025
PolíticaProjeto de Lei propõe limitar participação em esportes oficiais ao sexo biológico

Projeto de Lei propõe limitar participação em esportes oficiais ao sexo biológico

PL 2.202/2025 quer restringir participação esportiva com base no sexo biológico

Um projeto de lei em tramitação no Senado Federal tem gerado debates acalorados no meio esportivo e na sociedade civil. Apresentado pelo senador Cleitinho (Republicanos-MG), o PL 2.202/2025 propõe que atletas só possam competir em categorias esportivas de acordo com o sexo biológico registrado ao nascer, independentemente de alterações hormonais, cirurgias ou retificações em documentos civis.

Segundo o texto, a proposta busca alterar a Lei 9.615/1998 (Lei Pelé) para estabelecer regras claras sobre a divisão de categorias no esporte brasileiro.

O que diz o projeto?

Definição de sexo biológico para competições esportivas

A proposta define sexo biológico como aquele determinado pelas características sexuais primárias e composição cromossômica do indivíduo, conforme registrado na certidão de nascimento.

Divisão por categorias

De acordo com o projeto:

  • Atletas só poderão competir nas categorias masculina ou feminina com base no sexo biológico.
  • Tratamentos hormonais, cirurgias de redesignação sexual e mudança de nome em documentos não serão considerados válidos para fins de enquadramento esportivo.

“Justiça competitiva e credibilidade esportiva

Na justificativa do projeto, o senador Cleitinho afirma que o objetivo é oferecer segurança jurídica e previsibilidade às entidades esportivas, atletas e organizadores de competições.

Ele destaca que:

“A separação entre categorias masculinas e femininas no esporte não é arbitrária, mas fundamentada em diferenças biológicas que impactam diretamente o desempenho esportivo.”

Entre os aspectos citados, o parlamentar menciona:

  • Densidade óssea
  • Massa muscular
  • Níveis hormonais
  • Resistência física

Segundo ele, essas diferenças justificam a manutenção de critérios biológicos no esporte para garantir isonomia entre os competidores.


O debate sobre gênero e esporte segue acalorado

O caso Imane Khelif reacende a polêmica

A proposta ganhou ainda mais repercussão após a polêmica envolvendo a boxeadora Imane Khelif, da Argélia, nas Olimpíadas de Paris 2024. A atleta, que venceu sua luta na categoria feminina, foi questionada por possuir níveis elevados de testosterona, reacendendo discussões globais sobre elegibilidade de atletas intersexo e transgêneros em competições femininas.

O caso gerou reação de autoridades, especialistas em medicina esportiva e movimentos LGBTQIA+, colocando o esporte no centro de uma disputa ética, científica e social.

Próximos passos do PL 2.202/2025

Atualmente, o projeto aguarda encaminhamento da Secretaria Geral da Mesa do Senado para que possa ser analisado pelas comissões temáticas, onde deve passar por debates mais técnicos e audiências públicas.

Se aprovado, o texto poderá modificar de forma significativa os critérios de participação em competições esportivas oficiais no Brasil.

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