Uma das mais antigas indústrias do setor ervateiro gaúcho encerrou definitivamente suas operações após mais de oito décadas de atuação. A Justiça confirmou a falência da empresa e determinou o fechamento da sede, além do início da venda de bens para pagamento das dívidas acumuladas.
A empresa em questão foi afundada em 1944 e localizada em Santa Rosa, no Noroeste do Rio Grande do Sul.
Mesmo sendo uma das marcas mais tradicionais a Vier Indústria e Comércio do Mate, a Vier não conseguiu resistir à crise econômica e às dificuldades financeiras que se intensificaram nos últimos anos.
Desde setembro de 2024, a fábrica já estava com as atividades suspensas, e o pedido de autofalência foi apresentado pela própria administração. De acordo com a sentença, a companhia possuía dívidas que somam R$ 49,7 milhões, frente a um patrimônio estimado em R$ 11,8 milhões.
A recuperação judicial, iniciada em 2021, não foi suficiente para conter o colapso financeiro. Entre os fatores que levaram ao fechamento, estão a escassez de erva-mate, provocada pela expansão da monocultura da soja, o aumento dos custos de produção e transporte, além de dificuldades fiscais e bancárias.
A decisão judicial também menciona outros episódios que agravaram a situação da Vier, como o falecimento do sócio-administrador em 2020 e um incêndio em 2012 que causou prejuízos significativos à estrutura da fábrica.
A administração judicial do processo ficou sob responsabilidade da Estevez Guarda, que conduzirá a liquidação dos ativos. Um dos principais bens da massa falida é a marca Vier, atualmente arrendada pela empresa Rei Verde, de Erechim, que mantém o nome no mercado enquanto o processo de falência é concluído.

