Quem viveu os anos 2000 com certeza se lembra dela: a TekPix, anunciada como “a câmera mais vendida do Brasil”. A propaganda tomava conta dos intervalos da TV e trazia sempre o mesmo bordão inesquecível, “Vamos falar de coisa boa?”.
A marca ficou marcada na memória dos brasileiros, principalmente pelo carisma do apresentador Juarez da TekPix, que prometia um produto multifuncional e acessível. Mas, com o passar do tempo, a câmera desapareceu do mercado e a empresa que a criou, a Tecnomania, também deixou de existir como se conhecia.
Afinal, o que realmente aconteceu com a TekPix, o fenômeno que conquistou o país e depois sumiu sem deixar rastros?
LEIA TAMBÉM
- Quem fizer o Enem pode ganhar dinheiro extra e muita gente ainda não sabe disso
- Demissões em massa: Nubank toma decisão drástica e deixa funcionários em choque
- Falência da Oi deixa milhões de clientes em alerta: entenda o que acontece agora
Auge e queda da TekPix
Durante boa parte dos anos 2000, a Tecnomania foi um verdadeiro sucesso de vendas. Com comerciais repetidos em canais de TV abertos e apelo popular, a empresa conseguiu vender mais de 600 mil câmeras, segundo estimativas. O público-alvo era o brasileiro comum, das cidades do interior, que via na TekPix a oportunidade de entrar no mundo digital com um produto “completo e moderno”.

A câmera prometia ser filmadora, máquina fotográfica, MP3, MP4 e webcam, tudo em um só aparelho. O marketing agressivo, as condições de parcelamento e o tom de urgência dos comerciais (com frases como “pode começar a ligar antes que as linhas congestionem!”) ajudaram a impulsionar as vendas.
Mas por trás da fama, havia um detalhe que poucos sabiam: a TekPix era um produto chinês genérico, vendido no exterior por cerca de US$ 70, o equivalente a R$ 300 na época. No Brasil, o mesmo modelo era comercializado por valores que chegavam a R$ 3.500, impulsionado pelo marketing da Tecnomania.

A baixa qualidade das imagens e o desempenho limitado começaram a gerar críticas. A resolução era fraca, os vídeos tinham ruído e o espaço de armazenamento era mínimo. A função de MP3 e MP4, vendida como diferencial, também decepcionava (e o cartão de memória era cobrado à parte).
O golpe final veio com a chegada dos smartphones com câmeras potentes, que tornaram a TekPix obsoleta. Em 2013, a Tecnomania ainda tentou se reinventar com um tablet simples, mas o projeto fracassou e a empresa encerrou as atividades no mesmo ano.

Hoje, o site oficial da Tecnomania ainda está no ar, mas exibe apenas o antigo logotipo sem produtos, sem loja, sem novidades. Já o eterno Juarez da TekPix continua ativo, agora em propagandas locais de restaurantes e academias, e ainda usa seu famoso bordão:
“Vamos falar de coisa boa?”
Mesmo fora do mercado, a TekPix segue viva na memória de quem acompanhou aquela época, um símbolo dos tempos em que a TV vendia tecnologia com entusiasmo e longas prestações.

