Está chegando à reta final a licitação que vai indicar quem assume a gestão do Hospital Universitário, o HU, em Canoas. Ao todo, quatro entidades se inscreveram para análise das propostas técnicas. O próximo passo será a abertura do envelope com a documentação da primeira colocada: se tudo estiver ‘ok’, o contrato pode ser assinado até o final do mês de setembro – início de outubro, mais tardar.
De acordo com informações da Secretaria de Saúde, o processo está em fase de recursos sobre a pontuação obtida por cada entidade na análise técnico/financeira. No dia 19, às 10h, está marcada a sessão pública para abertura do envelope da documentação, que será checado pela Comissão Permanente de Licitações. Um novo prazo de cinco dias úteis será aberto para que as demais participantes contestem os documentos apresentados pela primeira colocada e, não havendo litígio, o termo de fomento – ou contrato – pode ser assinado. As notas de cada participante foram publicadas em edição extra do Diário Oficial do município na sexta-feira, 9.
Em primeiro lugar, com 9,95 pontos, ficou a Associação Hospitalar Beneficente do Brasil, que se apresenta na internet como AHBB/Rede Santa Casa. A entidade tem sede na cidade de Lins, no Estado de São Paulo, e atualmente administra estruturas de saúde nas cidades de Bilac e Garça, também em São Paulo. Garça tem cerca de 44,5 mil habitantes e se transformou em polo produtor de eletrônicos para segurança e controle de acessos. É lá que fica uma das principais fábricas de ‘miojo’ do Brasil, produzindo massas 24h por dia. A AHBB administra por lá o Hospital São Lucas, com 90 leitos de enfermaria, UTI e UTI Covid,. adultos e pediátricos. A entidade também é responsável por 9 unidades de atenção básica à Saúde, além de uma UPA de média complexidade. Já em Bilac, distante 540 km da capital de São Paulo e com aproximadamente 7 mil habitantes, faz a gestão do Hospital Padre Bernardo, com 36 leitos de clínica médica e maternidade/obstetrícia.
O segundo colocado, conforme a ata da Comissão Permanente de Licitações, com 8,19 pontos, é o Instituto Ação Brasil. Em terceiro, com 7,46 pontos, a Associação de Proteção à Maternidade e a Infância Ubaíra – S3 Gestão em Saúde. A quarta colocada, a Fundação Municipal de Saúde de Sapucaia do Sul, restou desclassificada por não apresentar proposta financeira.
Para administrar o HU, a AHBB/Rede Santa Casa está estimando um custo mensal de R$ 12.157.031,82. O valor é quase 12 vezes mais do que recebe por mês do município de Garças para cuidar da rede de atenção básica: por lá, o contrato prevê repasses de R$ 13 milhões por ano.
Por fim, algo que a Comissão de Julgamento das propostas técnicas avisa: a AHBB dimensionou o quadro de médicos e enfermeiros abaixo do número que, hoje, o HU dispõe. A questão está sendo levada ao governo com a orientação para que seja superada antes da assinatura do termo de fomento.
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