A Prefeitura de Canoas anunciou nesta quinta-feira (27) uma dívida de R$ 12 milhões do Hospital Universitário (HU). Essa foi a justificativa para a suspensão de cirurgias eletivas por 10 dias no local.
Mas, segundo o vice-prefeito Nedy de Vargas Marques (Avante), esta é uma questão política. “A suspensão das cirurgias eletivas no HU é um crime contra a saúde pública e serve como cortina de fumaça para atacar a minha honra e criar narrativa fantasiosa para cassar o meu mandato, através do impeachment”, afirma.
Conforme Nedy, não existe déficit de R$ 169 milhões na Prefeitura, tampouco dívida com o HU de R$ 12 milhões. “Mesmo com a queda na arrecadação de recursos do ICMS, os repasses para os três hospitais (HU, HNSG E HPSC) sempre estiveram em dia até eu deixar de ocupar o cargo de prefeito em exercício”, garante.
O vice-prefeito emitiu uma nota onde justifica que o contrato com a Funam, em 2021, previa um custo muito abaixo do ideal para suprir as demandas do HU, cerca de R$ 9 milhões. “Com valores insuficientes, meses depois, a empresa Funam passou a pedir um aditivo nos valores previstos em contrato. Como advogado que sou, desconfiei e a Prefeitura ingressou com ação civil pública na justiça pedindo a intervenção no hospital, o que foi concedido pelo Poder Judiciário após parecer favorável do Ministério Público”, disse.
Nesy faz questão de lembrar que o prefeito Jairo Jorge, seu companheiro de chapa na última eleição, foi afastado do cargo por denúncias de corrupção na saúde. “Que somam pelo menos R$ 66 milhões, segundo o Ministério Público, o HU seguiu com as portas abertas e ainda ampliamos os atendimentos.
Somente em 2022, foram 7.843 atendimentos, 3.898 cirurgias, 2.841 partos e mais de 600 mil exames”, conclui.
Impeachment
Na última terça-feira (25), a Câmara de Vereadores de Canoas aprovou o pedido para abrir um processo de impeachment contra o vice-prefeito Nedy de Vargas Marques. Uma comissão processante foi montada, com um presidente, um relator e um membro, sendo um vereador por partido para dar continuidade ao processo.
A acusação é de negligência na gestão do Hospital Universitário (HU), em contratos referentes à Fundação Educacional Alto Médio São Francisco (Funam).
Dos 21 vereadores, apenas Juarez Hoy (PTB) e Abmael (Avante) votaram contra a abertura do processo. Cris Moraes não votou, pois presidia os trabalhos da Casa.