De cada dez startups que começam a funcionar, sete encerram as atividades entre dois e cinco anos de existĂȘncia. Entre os motivos mais comuns que levam ao fechamento estĂŁo a falta de dinheiro, o modelo de negĂłcio falho, as questĂ”es jurĂdicas e atĂ© mesmo a desarmonia na equipe.
Os dados sĂŁo da pesquisa The Top 12 Reasons Why Startups Fail â feita em 2021 pela companhia americana CB Insights, que fornece inteligĂȘncia de mercado sobre empresas privadas e atividades de investidores.
NĂșmeros semelhantes tambĂ©m foram apontados pelo estudo da Fundação Dom Cabral. O levantamento de 2020 apontou que cerca de 25% das startups brasileiras fecham as portas em atĂ© dois anos de operação e 50% nĂŁo sobrevivem por mais de quatro anos. Outra curiosidade Ă© que estar instalada em uma aceleradora, incubadora ou parque tecnolĂłgico representa um fator de proteção para a sobrevivĂȘncia da startup.
âAntes de criar uma empresa de tecnologia, Ă© essencial avaliar se ela vai resolver um problema que existe no mercado e se haverĂĄ interesse do pĂșblico. NĂŁo adianta criar um negĂłcio sem bases sĂłlidas. A ideia que parece ser muito boa num primeiro momento pode nĂŁo sobreviver em pouco tempoâ, diz Marilucia Pertile, especialista no tema, fundadora e sĂłcia da aceleradora Start Growth.
TrajetĂłria
Exemplo de que uma aceleradora ajuda no desenvolvimento de uma startup pode ser comprovado com a trajetĂłria da curitibana Pontomais. Com o apoio financeiro e a âmĂŁo na massaâ de profissionais experientes da Start Growth, em seis anos a novata conquistou 21 mil clientes, abriu 1.200 canais de representação e por quatro anos seguidos ficou na lista do Great Place to Work que aponta Ăłtimos lugares para trabalhar. Com todos esses resultados, a Pontomais chamou atenção e foi adquirida pelo Grupo VR (Vale Refeição).
âQuando vocĂȘ inicia um negĂłcio, Ă© muito difĂcil entender qual Ă© o potencial disso. Ter uma aceleradora nos ajudou. A gente poderia estar dez vezes menor do tamanho que estamos hojeâ, explica Hendrik Machado, CEO da Pontomais.
Caso similar foi o da Vhsys, desenvolvedora de um sistema de gestão empresarial que ajuda o pequeno e microempreendedor a crescer. Com apoio estratégico e investimento financeiro, a empresa de São José dos Pinhais quadruplicou de tamanho em apenas dois anos e pouco tempo depois foi vendida para a fintech Stone.
âTer pessoas com bagagem corporativa ao lado faz com que a gente tome decisĂ”es corretas e acerte nos caminhos que vamos trilhar. Isso faz toda diferençaâ, conta Reginaldo Stocco, CEO e fundador da Vhsys.
AnĂĄlise criteriosa
Para ajudar novos empreendedores a se destacar no mercado e expandir os negĂłcios, uma aceleradora da capital paranaense vai selecionar trĂȘs startups para receber aporte financeiro, mentorias, acompanhamentos e suporte na operação diĂĄria. Ao todo, 118 novatas de todo Brasil se inscreveram no edital.
Representantes do Vale do Pinhão, Sebrae, Habitat Senai/FIEP, Inovação Fecomércio e outros convidados vão participar do encontro que acontece em Curitiba, na próxima quinta (18 de maio), para conhecer os critérios de avaliação e as novidades apresentadas. O evento serå transmitido ao vivo, às 17h, pelo www.youtube.com/startgrowth e os futuros empreendedores também poderão acompanhar.
âEstamos analisando detalhadamente a proposta dessas startups, avaliando a estratĂ©gia e planejamento de vendas, o Ăndice de satisfação dos consumidores, o perfil dos sĂłcios, a cultura interna, o relacionamento com investidores passados e tambĂ©m vamos falar com fornecedores e clientesâ, explica Marilucia.
O que saber antes de criar uma startup
Para ajudar quem jå lançou suas empresas recentemente e aqueles que pretendem fazer isso, a especialista da aceleradora Start Growth då algumas dicas.
1) Produto ou serviço inovador: Ă importante que o negĂłcio ofereça algo Ășnico, disruptivo, inovador e que atenda a dores latentes do mercado alvo.
2) Tamanho do mercado: Tem que avaliar o tamanho do mercado potencial para saber a elasticidade do crescimento que pode ser conquistado.
3) Equipe: Ă fundamental que a equipe – incluindo os fundadores – sejam competentes e comprometidos com o futuro do projeto.
4) Tração: Aqui Ă© verificado se a startup estĂĄ conseguindo atrair um nĂșmero relevante de oportunidades de negĂłcios potenciais para venda, se tem um caixa bom para reter e manter os clientes, sem que eles busquem outras opçÔes no mercado.
5) Investimentos: Nesta fase Ă© analisado se a startup Ă© atraente para receber bons investimentos de fundos experientes ou de investidores reconhecidos no mercado.
Mais informaçÔes sobre a aceleradora Start Growth no site www.startgrowth.com.br