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Canoas
22 de dezembro de 2024

Hospital em Canoas agora tem ambulatório trans

Pacientes contam com exames, medicações e encaminhamento para cirurgias

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O Ambulatório Trans do Hospital Universitário de Canoas (HU) é referência no Rio Grande do Sul. No serviço, os pacientes têm acesso a exames, medicações e encaminhamento para cirurgias. É ofertada a modalidade ambulatorial no atendimento clínico (exames laboratoriais e imagem) e psicossocial, desenvolvido por uma equipe multiprofissional de acompanhamento pré e pós-operatório.

“O ambulatório é um serviço com potencial de transformar vidas. O acolhimento e o atendimento humanizado são essenciais na concepção deste serviço. E o nosso Ambulatório tem exatamente esta característica, um espaço de acolhimento, escuta e transformação”, explica o Coordenador do Ambulatório Trans do HU, Antoni Silva.

O atendimento inclui harmonização com a dispensação de hormônios a travestis e transexuais, independente de manifestarem ou não o desejo de encaminhamento para a realização de procedimentos cirúrgicos, como a redesignação sexual e outros. O acesso dos pacientes para o serviço ambulatorial referenciado acontece via posto de saúde, levando em consideração os fluxos estabelecidos por meio do Protocolo Assistencial, referência para 88 municípios gaúchos.

HU registrou o primeiro caso de duas mães biológicas no Estado

Há cinco anos, Ágata Mostardeiro acompanhou o nascimento do filho no Hospital Universitário de Canoas, fruto de um relacionamento com sua parceira. Depois de já ter iniciado sua transição, viu-se mãe de Bento, um filho biológico de duas mães.

Como a legislação brasileira à época não reconhecia o menino como filho biológico de duas mães, o casal registrou o bebê como adotivo. Com o passar do tempo, com ações judiciais e trâmites em tribunais, Ágata e sua parceira conseguiram o direito de registrar o filho com o caráter biológico, e não adotivo. Assim, Bento se tornou o primeiro caso de uma criança legalmente com duas mães no Rio Grande do Sul. Após cinco anos do nascimento do filho, Ágata retornou ao HU no dia 4 de maio deste ano, para dar sequência ao processo de transição no Ambulatório Trans.

Canoas tem outro serviço de atendimento à população trans

Criado em 2017 para atender pessoas transexuais, travestis e não binárias, o Ambulatório T tem por objetivo acolher e orientar esse público. Com uma equipe multidisciplinar, formada por assistente social, psicólogo, médico e enfermeiro, o espaço recebe a população LGBTQIA+, além de seus familiares, amigos e comunidade em geral.

Dentre os serviços oferecidos a partir do Ambulatório, que integra a Política Nacional de Saúde Integral LGBTI+, está o tratamento hormonal para transição, que é disponibilizado gratuitamente com recursos 100% oriundos do Município. “Canoas foi o primeiro município da região metropolitana a ter o Ambulatório e é o único do Rio Grande do Sul a oferecer o tratamento hormonal totalmente custeado com recursos próprios”, informa a enfermeira Isabel do Canto, que coordena a Política LGBTQIA+ da cidade.

Atendimento
O primeiro acolhimento no Ambulatório T acontece de segunda a quarta-feira e nas sextas-feiras, das 8h às 16h30, no Centro de Especialidades Médicas (CEM), localizado na Rua Brasil, 438, Centro. Não é necessário agendamento ou encaminhamento médico.

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