Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS revelaram os primeiros resultados das análises da água que inundou Porto Alegre e a Região Metropolitana em maio. As investigações confirmaram pontos com água contaminada, especialmente preocupantes para a rede de drenagem da Capital.
Inicialmente, foram coletadas amostras em cerca de cem locais diferentes durante o pico da inundação, identificando níveis elevados de coliformes fecais. Bairros como Humaitá, Sarandi, Centro Histórico e Quarto Distrito apresentaram a pior qualidade da água.

Após a redução do nível da água, mais 60 pontos foram analisados, evidenciando a presença de sedimentos que podem obstruir as estruturas de drenagem. O professor Mauricio Paixão, responsável pela pesquisa, alertou durante entrevista ao portal GZH, que o acúmulo de material argiloso representa um desafio significativo para as estações de bombeamento, bocas de lobo e tubulações da cidade.
Ele enfatizou a necessidade urgente de limpeza dessas estruturas para evitar alagamentos recorrentes.
Embora Paixão não preveja um colapso iminente do sistema, ele adverte que a capacidade total da rede pode ser comprometida, o que poderia aumentar a frequência de inundações. Portanto, destaca a importância de investimentos públicos contínuos na manutenção das infraestruturas de drenagem para mitigar esses impactos.