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22 de abril de 2025

James Webb detecta fortes indícios de vida em outro planeta

Essas condições são consideradas ideais para o surgimento de vida microbiana.

O telescópio espacial James Webb pode ter marcado um avanço histórico na busca por vida fora da Terra. A equipe científica identificou sinais químicos na atmosfera do exoplaneta K2-18 b que, até hoje, apenas organismos vivos produzem no nosso planeta. Eles encontraram dois gases — dimetil sulfeto (DMS) e dissulfeto de dimetila (DMDS) — considerados potenciais bioassinaturas, ou seja, indícios de atividade biológica, em resum, vida em outro planeta.

Na Terra, o fitoplâncton marinho — como as algas — produz essas substâncias. Os cientistas detectaram esses gases em K2-18 b com 99,7% de confiança estatística, o que indica apenas 0,3% de chance de erro ou ruído nos dados. Mesmo assim, eles ressaltam que ainda não se trata da confirmação de vida alienígen. Mas de uma evidência promissora que precisa ser investigada com mais rigor.

O que é o planeta K2-18 b?

K2-18 b é um exoplaneta localizado na constelação de Leão, a cerca de 124 anos-luz da Terra. Ele possui aproximadamente 8,6 vezes a massa da Terra e um diâmetro 2,6 vezes maior. O planeta orbita uma anã vermelha e está dentro da chamada zona habitável, onde as temperaturas permitem a existência de água líquida na superfície. Uma condição essencial para a vida como conhecemos.

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Esse planeta pertence à classe dos “mundos hycean”, um tipo de exoplaneta com atmosfera rica em hidrogênio e coberto por oceanos de água líquida. Essas condições são consideradas ideais para o surgimento de vida microbiana.

O telescópio James Webb encontrou vida em outro planeta?

Utilizando o método de trânsito — que analisa a luz de uma estrela ao passar pela atmosfera de um planeta —, o telescópio James Webb detectou, além dos gases DMS e DMDS, também metano e dióxido de carbono. Essas moléculas reforçam a hipótese de que o planeta possa ter condições químicas semelhantes às da Terra primitiva.

De acordo com o astrofísico Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge e principal autor do estudo, “o único cenário que atualmente explica todos os dados obtidos até agora é aquele onde K2-18 b é um mundo hycean repleto de vida microbiana.”

Apesar da empolgação, Madhusudhan foi cauteloso: “É fundamental repetir as observações e considerar cenários não biológicos que possam explicar os mesmos sinais.” Ele também afirmou que a chance de confirmar vida fora da Terra pode estar mais próxima do que nunca.

E agora?

A equipe científica pretende realizar novas observações com o telescópio James Webb nos próximos anos, para confirmar se os sinais realmente indicam a presença de vida e descartar outras explicações possíveis. Outras missões e telescópios também podem contribuir com dados adicionais.

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