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24 de abril de 2025

Café fake: Anvisa recolhe produto “feito de lixo” em supermercados

Segundo o Ministério da Agricultura, o café fake de três marcas continha "só lixo" e ainda substância cancerígena; Veja detalhes a seguir

O governo federal confirmou, nesta quarta-feira (23), que os produtos apreendidos em uma operação de fiscalização em São Paulo, Paraná e Santa Catarina não continham café de verdade. Em vez disso, eram compostos por cascas, grãos defeituosos e resíduos da lavoura, classificados como “café fake” e “feito de lixo”.

Segundo o Ministério da Agricultura, os produtos de três marcas que ainda não tiveram os nomes revelados) apresentavam elementos proibidos pela legislação brasileira, como grãos ardidos, cascas e impurezas. Além disso, os testes identificaram a presença de uma toxina cancerígena.

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“Recolhemos [dos supermercados] porque a matéria era toda feita de resíduo, só lixo”, afirmou ao G1 Hugo Caruso, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov).

Os pacotes imitavam marcas famosas, com cores, fontes e imagens de xícaras de café, mas escondiam a real composição. Em letras pequenas, aparecia a descrição “pó para preparo de bebida sabor café”.

Café fake: Anvisa recolhe produto “feito de lixo” em supermercados: consumidores são induzidos ao erro

Esses produtos, que ganharam o apelido de “café fake”, são mais baratos e vêm sendo vendidos como se fossem café tradicional. Em muitos casos, o consumidor compra achando que está levando pó de café puro, mas leva uma mistura ultraprocessada com aromatizantes e resíduos da produção agrícola.

Agora, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também irá analisar os itens. A fiscalização começou após denúncias de fraude e encontrou matérias-primas irregulares em diversas fábricas.

Mesmo com a legislação permitindo até 1% de impurezas naturais, os produtos recolhidos extrapolavam todos os limites. Pior: não continham café em sua composição, o que os impede de ser classificados como alimento de origem vegetal.

A prática coloca em risco a saúde do consumidor e induz ao erro com embalagens enganosas. O Ministério da Agricultura ainda avalia como enquadrar legalmente esse tipo de produto, que pode se encaixar nas categorias de bebidas saborizadas ou misturas para preparo de alimentos.

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