EM MENOS DE UM MÊS | Walmart fecha lojas do BIG e Nacional

Foto: Jaime Zanatta/GBC

Da redação | Três lojas do Walmart foram fechadas no mês de maio no Rio Grande do Sul. As unidades ficam na Região Metropolitana, Serra Gaúcha e Vale do Paranhana.

Conforme a Agência GBC publicou, ainda no mês de maio, uma das filiais que encerrou as atividades foi o BIG de Canoas. A unidade, que funcionava há mais de 20 anos em um prédio na Avenida Guilherme Schell, no bairro São Luís, fez liquidações de diversos produtos.

Unidade do BIG em Canoas funcionava há mais de 20 anos (Foto: Jaime Zanatta/ GBC)

Nas últimas duas semanas de funcionamento, por exemplo, dava para encontrar chocolates e leites, saindo por menos de R$ 2. Era difícil de encontrar carrinhos no estacionamento ou dentro do hipermercado. Muitos clientes disputavam produtos perecíveis que baixaram os preços. O quilo da margarina, por exemplo, que normalmente custa entre R$ 7,50 e R$ 10, estava sendo vendido por R$ 5. Sorvetes e massas para pastel tiveram descontos de, no mínimo, 40%. Os produtos da fiambreria e padaria de até 50%. Os eletrônicos do mostruário também foram liquidados.

Corredores e gôndolas vazios e liquidação de produtos são vistos em praticamente todos os cantos da loja. Foto: Jaime Zanatta/ GBC

No último dia, era possível ver prateleiras com produtos promocionais logo na entrada. Ali, estavam gelatinas, latas de leite em pó, chocolates e diversos outros alimentos. Pelo microfone, uma operadora de loja, anunciava novas promoções relâmpago. “Pessoal, nossos colaboradores estão trazendo mais produtos em dois carrinhos. Todo mundo tem direito a pegar, porque são quantidades limitadas”, explicava a funcionária, pedindo para os clientes terem calma.

Em alguns desses carrinhos as ofertas eram de biscoitos e bolachas. Um amanteigado, que normalmente custa em torno de R$ 5, estava passando por R$ 1. Já um pacote de waffer de morango, estava passando no caixa por R$ 0,90. “Imagina, no mercadinho lá perto de casa, eu costumo pagar R$ 2. Tô levando mais de 20”, conta a atendente, Magda Silva. A última promoção da loja foi no setor de bebidas. No microfone, a operadora de loja anunciava para os clientes. “Estamos fazendo a última oferta da história do BIG Canoas. Cerveja latão por R$ 1,50. No máximo 12 unidades por cliente, para todo mundo poder levar”.

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Depois que a unidade parou de atender os clientes, os funcionários desmancharam os corredores e fizeram um balanço do que tinha sobrado. Equipamentos e produtos foram transferidos para outras lojas da rede.

Parte da loja já tinha sido desmontada com ela em funcionamento (Foto: Jaime Zanatta/GBC)

Mais de 30 anos depois, portas fechadas

Em Taquara, no Vale do Paranhana, a notícia que o Nacional da cidade ia encerrar as atividades começou a ser espalhada entre clientes e funcionários no mês de abril. Porém, junto com o BIG Canoas, a unidade atendeu o último cliente na noite de sexta-feira, 10 de maio.

A filial ficava nas margens da ERS-239. Para muitos moradores, o fechamento ainda é questionável, já que o supermercado tinha uma intensa movimentação. “Moro perto e era difícil chegar no super e não encontrar filas. Porém, o atendimento era bom e as promoções também. Nos últimos dias, aproveitei muito os saldões que eles fizeram”, comenta a dona de casa, Maria da Luz.

Hoje, quem passa pela rodovia, vê o prédio fechado. O espaço onde ficava a logo do Nacional foi pintada. Na porta, há um aviso orientando que os clientes busquem a unidade mais próxima da rede que fica na Rua Tristão Monteiro, no Centro. Lá, funciona um Supermercado TodoDia que também é administrado pelo Walmart.

Na porta, os clientes dão de cara com o aviso do encerramento das atividades (Foto: Jaime Zanatta/GBC)

Ainda há funcionários que trabalham no local. Vizinhos vêem a movimentação de entrada e saída no depósito. As duas vezes que a equipe da Agência GBC esteve por lá, não viu ninguém. Na ante-sala do depósito, há computadores ligados, por exemplo. Na loja, em duas semanas, as prateleiras foram remontadas. Carrinhos, corredores, computadores e até impressoras, estão organizadas. A impressão que dá, é que o mercado pode reabrir a qualquer momento. “Todo dia, vem algum vizinho aqui espiar pelas frestas das portas com o objetivo de achar uma movimentação e encontrar alguma novidade. O mercado tinha movimento. Nos últimos dias, o pessoal que trabalhava aqui, disse que a empresa ia reformar e abrir com outro nome”, comenta o motorista, Gilberto Antunes.

Por dentro, a loja está limpa e organizada (Foto: Jaime Zanatta/GBC)

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Difícil é encontrar algum funcionário no entorno do prédio. Quando a loja ainda estava aberta, uma operadora de caixa conversou com a gente, mas preferiu não ser identificada. Ela contou como ficou sabendo do fechamento e o que aconteceria com ela. “Eles disseram que não estávamos vendendo bem. Em 2018 ganhamos até prêmio por termos batido a meta. Nos corredores, ta rolando a história, de que eles vão abrir outro mercado, ainda da rede, mas com outro nome”.

Grande movimento e muitos comentários pela cidade

Se você andar por Bento Gonçalves, ou pesquisar nas redes sociais, vai ver que não faltavam comentários para qualificar o serviço daquele que já foi considerado o maior supermercado da cidade. O Nacional, que funcionava na Rua Saldanha Marinho, bem no Centro da cidade, também fechou as portas.

A loja de dois andares, tinha estacionamento no primeiro. Além do supermercado, que chegou até ter uma seção de eletrônicos, contava com uma farmácia e espaços comerciais que eram alugados. “Fomos pegos de surpresa com a notícia do fechamento. Temos contrato em vigência, mas mesmo que mantenham o espaço restrito, nosso fluxo era graças aos clientes que vinham comprar aqui”, comenta uma lojista que também não quis ser identificada por questões de contrato com a rede.

A filial de Bento Gonçalves estava aberta há mais de 10 anos

Entre os moradores da cidade serrana, existem diversos boatos para o fechamento da loja. Um deles, é que o prédio foi locado por outra grande rede de supermercado. A outra, é que o espaço está a venda pelo preço de R$ 21 milhões.

Mas, porque fechou?

Procurada, a empresa informou que o fechamento foi motivado pelo baixo desempenho de vendas das unidades. Além disso, a rede informou que revisa constantemente seu portfólio de lojas e que toma as decisões baseadas no que é o melhor para o negócio e clientes.

Para os funcionários, a Walmart ofereceu a opção de transferência para outras lojas da rede. Quem trabalhava em Canoas, por exemplo, pode ser transferido para unidades que ficam no município, ou para filiais de Esteio, Gravataí, Novo Hamburgo e São Leopoldo. Já os colaboradores de Taquara, puderam escolher entre a filial do TodoDia no município, e as unidades de Campo Bom, Igrejinha, Parobé, Três Coroas, Nacional de Gramado e BIG de Sapiranga.

Além disso, a empresa ressaltou que “essa reestruturação viabilizará a execução de um plano robusto de crescimento e de longo prazo no País. A empresa informa também que está investindo em suas lojas, que passarão por um processo de renovação e atualização de seus ativos para propiciar uma experiência de compra cada vez melhor”.

Transformações

A Walmart já mudou diversas lojas. Bandeiras como Nacional e Big foram extintas e passaram a carregar o nome da própria rede. Em Cachoeirinha, a antiga loja do Big foi reinaugurada após a transformação do formato, em novembro de 2017. A unidade Sertório, em Porto Alegre, também mudou para o novo nome.

No mês seguinte, em Guaíba, foi a vez do Nacional da Av. Nestor de Moura Jardim, no bairro Schell, mudar para Walmart Supermercado.

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