Foto: Jaime Zanatta/GBC
Da redação | Neste domingo, 1° de setembro, a chacina que assustou moradores do bairro Mathias Velho, em 2018, completa um ano. O crime aconteceu em uma lancheria na Avenida Rio Grande do Sul.
Populares informaram a polícia que um grupo, de pelo menos três pessoas, chegou ao endereço em um Clio de cor preta. Dois deles teriam descido e atirado contra as vítimas.
O final da manhã daquele sábado era chuvoso e frio. Três criminosos chegaram ao local em um Renault Clio preta. Dois desceram, entraram no estabelecimento e atiraram contra quatro pessoas. Evaldo Raimundo Júnior Filho, com antecedentes por dano, e seu filho Bruno Agertt Raimundo, sem passagens, morreram no local do crime. Diogo Vieira da Fonseca, morreu após ser socorrido pelo Samu e encaminhado ao HPSC. A companheira de Diogo, Pamela de Oliveira Garcia, foi hospitalizada em estado grave e liberada dias após o crime. Mais de 50 disparos de arma de fogo efetuados contra as vítimas. Cápsulas de calibres 9, 380 e 765 ficaram espalhadas pelo chão.
O que chamou a atenção de populares e até mesmo da polícia foi a sorte do outro filho de Evaldo, que estava cochilando no interior do carro da família, um Renault Logan, cor prata e placas IUK-3754, estacionado na frente da lancheria. Ao descansar dentro do automóvel, evitou que fosse provavelmente a quarta vítima do ataque a tiros.
O indivíduo que invadiu o local não foi encontrado e nem preso. Na época, o delegado titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas, Luis Antônio Firmino, relatou a dificuldade em encontrar provas que ajudassem a encontrar o criminoso. “As imagens que tínhamos de câmeras de segurança na região não são tão boas para identificar o homem e nos ajudar na investigação”, contou em entrevista a Agência GBC.
Comunidade apavorada
Apesar do mau tempo, foi grande a movimentação de curiosos no entorno da lancheria. A Brigada Militar precisou isolar a área para o trabalho da perícia e da Polícia Civil. A Av. Rio Grande do Sul é uma via bastate movimentada na região. “Minha filha, minha neta de nove meses e meu genro estavam na fila do caixa do Coma Bem [um mercado nas proximidades]. Com o tiroteio, se atiraram no chão para se proteger”, relatou uma moradora à página GBC Canoas no Facebook.
Sobreviveu, mas acabou preso
Meses depois, o sobrevivente que foi salvo pelo cochilo acabou atrás das grades. Em fevereiro deste ano, ele foi preso em flagrante após matar Ricardo Alves Moreira de 43 anos.
Segundo o delegado Thiago Carrijo, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), testemunhas relataram no local do crime, que os dois indivíduos estavam em um VW Gol Vermelho. Durante as diligências pelo bairro Mato Grande, o veículo foi encontrado estacionado no pátio de uma residência. No local, além dos dois presos de 20 e 23 anos, estava outro homem que relatou o crime que a dupla tinha cometido. O sobrevivente quando viu os policiais, confessou o crime.
Os dois, após a confissão, foram atuados em flagrante por homicídio. “Apuramos que a motivação do crime seria por uma dívida”, ressaltou o delegado. A vítima que era pai de santo, teria feito um trabalho espiritual para um dos assassinos. Como garantia de pagamento, Ricardo pegou duas armas, que foram encontradas na residência dele.