Pesquisadores de Harvard publicaram na Ășltima terça-feira (14) um estudo que aponta os possĂveis futuros para o perĂodo apĂłs a pandemia de novo coronavĂrus.
A pesquisa indica que, caso nĂŁo sejam tomadas medidas como a criação de novos leitos ou encontrada uma vacina ou medicação que ataque direta e efetivamente o vĂrus, o isolamento pode ser estendido atĂ© meados de 2021, com avanço para alternativas intermitentes, que durariam atĂ© 2022.
Para se ter maiores indĂcios de qual caminho o futuro terĂĄ, Ă© fundamental descobrir qual o tempo de imunidade contra a Covid-19 dos pacientes curados. Por um lado, se essa proteção do organismo for similar a de outros coronavĂrus, Ă© possĂvel que se tenham surtos exporĂĄdicos da doença, principalmente no inverno, com uma provĂĄvel nova onda de contaminação em 2024.
Por outro lado, se a imunidade for prolongada por diversos anos, ou atĂ© mesmo permantente, o nĂșmero de casos tende a diminuir drasticamente. Isso reduziria o tempo de isolamento e a doença poderia ser erradicada em 5 anos. Esse cenĂĄrio dificultaria o teste de vacinas contra o vĂrus, jĂĄ que menos pessoas seriam contaminadas, como ocorreu com a zika.
Fim do distanciamento social
Segundo a pesquisa, para iniciar o distanciamento social intermitente, serĂĄ necessĂĄria a realização de testes para a Covid-19 para determinar o limiar em que se deve iniciar ou terminar o isolamento. Se nĂŁo houver testes o suficiente, o nĂșmero de leitos de emergencia disponĂvel nos hospitais pode ser um indicativo. Apesar de longe do ideal, pois pode levar Ă superlotação e incapacidade de tratamento dos hospitais.
Enquanto as estratĂ©gias de distanciamento social muito bem sucedidas podem resultar no uso de contigenciamentos baseados em rastreamento de contatos e quarentenas focadas, como ocorre nos casos da CorĂ©ia do Sul e de Singapura atualmente; as de menor efetividade podem resultar em uma epidemia de pico Ășnico prolongada, com impacto no sistema de saĂșde e duração dependendo apenas de sua efetividade.
Os pesquisadores reiteram que entendem o impacto que o isolamento prolongado pode causar educacional, social e economicamente, mas salientam que o impacto no sistema de saĂșde pode tomar proporçÔes catastrĂłficas, caso o isolamento seja feito de maneira pouco efetiva ou por pouco tempo.
O objetivo do estudo foi propor modelos possĂveis, baseados no conhecimento que jĂĄ se adquiriu sobre a doença, para que se possa entender o futuro da pandemia de Covid-19. Os pequisadores apontam que os modelos terĂŁo de ser moldados basenado-se nas condiçÔes de cada local e atualizados conforme dados mais precisos forem descobertos.