Morador do Guajuviras, em Canoas, é investigado por ajudar irmã a lavar dinheiro em Esteio

Irmã desviou mais de R$ 1 milhão em uma transportadora do município

A Polícia Civil deflagrou a Operação Parasita na manhã desta quinta-feira (21). O objetivo era combater a lavagem de dinheiro. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Canoas, Cidreira, Sapucaia do Sul e Sapiranga.

O principal alvo da operação é a diretora de uma transportadora de Esteio. Ela não teve o nome divulgado, mas a investigação coordenada pela delegada Luciane Bertoletti – titular da Delegacia de Polícia de Esteio –, apurou que ela desviava dinheiro da empresa para comprar bens.

No bairro Guajuviras, a residência em que vive o irmão dela foi alvo de um mandado de busca e apreensão. No local, os policiais encontraram diversos documentos da empresa lesada. Ele não estava no imóvel. Conforme a polícia, ele é suspeito de ser um dos braços direitos da acusada na lavagem de dinheiro.

O que foi apurado para a operação?
Segundo a investigação, a mulher de 39 anos era de total confiança dos sócios da empresa. Ela tinha como função, gerenciar todas as contas bancárias das empresas do grupo e pagar os fornecedores. A partir daí, a mulher passou a simular pagamentos a fornecedores. O procedimento era o seguinte: a acusada gerava boletos contendo os nomes e dados corretos de fornecedores conhecidos do grupo, em valores compatíveis com os serviços tipicamente prestados por aqueles fornecedores. Porém, os pagamentos eram realizados em favor de uma conta bancária mantida pela própria investigada, pois ela alterava as linhas do código de barras.

A prática criminosa ocorreu entre os anos de 2012 e 2015. Nesse período foram realizados mais de 100 pagamentos através de boletos fraudados, causando um prejuízo superior a R$ 1 milhão. Os furtos foram estimados exatamente em R$ 713.308,82 até o ponto em que foi apurado, pois a auditoria da empresa não foi completa. Mas como parte do dinheiro furtado foram referentes a quantias que deveriam ter sido pagas a fornecedores, isso gerou uma inadimplência que fez o prejuízo superar a casa de um milhão.

Bens sequestrados
Durante as investigações foram realizadas diversas diligências investigativas e algumas diligências específicas como a quebra de sigilo bancário, fiscal, busca e apreensão, sequestro de imóveis, de veículos e de valores.

Os valores dos bens em sequestro são aproximadamente: 21 veículos negociados, sendo 13 adquiridos. Quatro imóveis, sendo dois sequestrados. Esses imóveis comprados em Sapucaia do Sul, foram frutos do dinheiro roubado em uma transação ilegal. Os investigados mantiveram os imóveis em nome dos antigos donos, a fim de ocultar a titularidade dos bens, mesmo após a aquisição e posse. Eles também destinaram mais de R$ 240 mil para pelo menos seis diferentes revendas de veículos, para a compra de veículos, sendo que alguns teriam sido revendidos a terceiros sem terem figurado como de titularidade dos investigados.

Os policiais descobriram que a investigada creditava as quantias principalmente em favor de seu marido, bem como realizava muitos saques e transferências para terceiros. De maneira que consumiu gradativamente todo dinheiro desviado.

Ainda durante as investigações, em uma das buscas realizadas na casa dos investigados foram apreendidas uma arma de fogo furtada, camisa da polícia civil, boné da polícia civil, documentos e cheques suspeitos.

Outras cidades
Além de Canoas, os policiais também foram até a Cidreira. Lá, estavam residindo a mulher e o marido. No local, os policiais apreenderam “diversos contratos de compra e venda de terrenos, lotes e casas, joias, cheques no nome do investigado, que somam 60 mil reais, Tv, notebook, moto elétrica caixa de som, aparelho de celular”, contou a delegada Luciane.

Em Sapiranga, os policiais cumpriram ordens judiciais na residência da mãe da acusada. Por lá, não há informações sobre o que foi encontrado.

Foto: Jaime Zanatta/GBC

Resultado final
Os investigados foram indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de Lavagem de Dinheiro, Furto mediante fraude e Receptação. A delegada Luciane Bertolletti referiu “que foi uma investigação longa e com diversos detalhes descobertos pelos policiais civis no esquema organizado pelos criminosos.” Ela também afirmou que “ o desfalque realizado foi considerável e o objetivo da investigação é responsabilizar os investigados e recuperar valores”.

O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM) de Canoas, delegado Mario Souza, afirma que “foi uma ação contra crimes de lavagem de dinheiro de fundamental importância para buscar a recuperação de prejuízos”, bem como “responsabilizar os investigados por prejuízos causados.”

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